Viracopos pode ter voo diário da TAP

Na terceira entrevista da série que o Turismo realiza com as companhias aéreas que operam voos internacionais no novo terminal de passageiros do Aeroporto de Viracopos, Mario Carvalho, diretor-geral da TAP para a América do Sul, afirma que a companhia portuguesa, pioneira na reativação de operações internacionais em Campinas, acredita que ainda é cedo para avaliar o novo aeroporto. Mesmo sem a entrega completa do terminal, que deveria ocorrer em maio de 2014 e foi prorrogada para o final deste mês, o executivo classifica como positivo o empenho da administração em resolver os entraves para que o terminal seja entregue aos usuários em funcionamento pleno. Carvalho espera que a TAP tenha, em breve, um voo diário entre Viracopos e o Aeroporto da Portela, em Lisboa. Cauteloso, o executivo afirma que para voar diariamente de Campinas, a demanda ainda precisa se mostrar mais expressiva.   Questionado sobre a privatização da companhia, que terá 66% de seu capital vendido à iniciativa privada — assunto que domina a imprensa portuguesa nos últimos meses —, o diretor assume uma postura discreta ao alegar que a decisão é um assunto exclusivo do governo português. A Azul, de acordo com a imprensa portuguesa, é uma das interessadas no negócio. Porém, nem a companhia brasileira e nem a TAP falam publicamente da operação. Após três meses operando na nova ala internacional de Viracopos, como o senhor avalia a operação?Ainda considero prematuro fazer uma avaliação, mesmo porque nem todas as áreas do aeroporto estão totalmente em atividade.Qual a expectativa para 2015?Estamos confiantes nas autoridades competentes, que estão fazendo todos os esforços para resolver esta situação.Existem planos de aumentar as frequências atuais?O desejo da TAP é que chegue em voo diário, mas isso dependerá da demanda. Hoje temos três voos semanais.O passageiro que embarca em Viracopos é essencialmente do Interior Paulista ou também da Capital ou de outros estados?Não, não somente, mas atende algumas regiões metropolitanas de São Paulo e alguns passageiros residentes próximos ao Aeroporto de Congonhas, que podem utilizar o transfer da TAP em ônibus executivo para o Aeroporto de Viracopos.Uma das reclamações das cias. aéreas que operam em Viracopos é o catering, que vem de Guarulhos. O catering já é realizado em Campinas?Não, mas a logística é impecável e não temos o que reclamar da qualidade dos serviços.A sala VIP do aeroporto ainda não foi inaugurada. Para o senhor, esse tipo de serviço é um diferencial valorizado pela TAP?Sim, para nós a sala VIP é mais um passo na consolidação da estratégia de diferenciação de serviço, prosseguindo a aposta na melhoria do produto oferecido aos nossos clientes que valorizam o bem-estar e um serviço exclusivo em suas viagens, assegurando-lhes cada vez mais qualidade e excelência em atendimento, juntamente com os nossos voos diretos que trazem mais comodidade a Campinas e a toda região metropolitana.De que maneira a companhia vê o potencial da região?Sem dúvida, a região tem um excelente potencial. A Região Metropolitana de Campinas (RMC) representa o 3º maior parque industrial do País. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as cidades da RMC estão entre os cem maiores PIBs brasileiros. Campinas ocupa a 14º posição, Paulínia a 50º, Sumaré é o 68º maior produtor de riquezas, Americana está na 75º posição e Indaiatuba na 93º. Além disso, segundo o Banco Mundial, o PIB Interior de São Paulo é o 27º do mundo.Com o dólar em alta, o senhor acredita que o interesse do brasileiro por voos internacionais continue em crescimento?Sim, eu vejo como uma oportunidade de crescimento, pois com a aproximação de valores entre o dólar e o euro, o novo cenário torna mais interessante as viagens para a Europa, onde a moeda é adotada pelos 18 países da União Europeia. Sem contar que a Europa vai além de compras, tem cultura, gastronomia e história.De que maneira a alta da moeda norte-americana afeta o preço das passagens?Por enquanto a alta não afetou os nossos valores.Existe uma crença de que voos por Campinas são sempre mais caros do que por Guarulhos. Isso ocorre de fato? Não, nossas tarifas são iguais para as 12 saídas do Brasil, inclusive as promoções.A imprensa portuguesa tem veiculado que a Azul seria uma das interessadas na compra de parte da TAP. Existe alguma negociação em andamento?Essa é uma questão do governo português, assim estamos aguardando os próximos passos do mesmo.O senhor acredita que, quando privatizada, as rotas no Brasil da empresa e, principalmente Campinas, continuem como estão?Sim, temos uma estratégia de diversificação de portões no Brasil que está dando certo, acredito que a nova empresa continuará com esse mesmo plano.