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VAR, 'jogador' fundamental na Copa da Rússia

Árbitros que voltam atrás em suas decisões, algumas jogadas revisadas em vídeo e outras não, recorde de pênaltis: o uso do VAR nas duas primeiras semanas da Copa do Mundo voltou a colocar o sistema de árbitro de vídeo no centro dos debates

AFP
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26/06/2018 às 16:01.
Atualizado em 28/04/2022 às 14:01
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Árbitros que voltam atrás em suas decisões, algumas jogadas revisadas em vídeo e outras não, recorde de pênaltis: o uso do VAR nas duas primeiras semanas da Copa do Mundo voltou a colocar o sistema de árbitro de vídeo no centro dos debates. O VAR (sigla em inglês para video assistant referee) não reduziu as polêmicas do futebol e o gesto de jogadores e técnicos que desenham um retângulo no ar a cada reclamação se tornou uma das imagens da competição. A última rodada do Grupo B, na segunda-feira, que viu os resultados modificados por completo em três minutos com o uso do árbitro de vídeo, jogou ainda mais lenha na fogueira da polêmica, com decisões nem sempre compreendidas pelos jogadores e pelos torcedores. Decisivo no Grupo B Nos últimos minutos da terceira rodada do Grupo B, Portugal vencia o Irã por 1-0 e estava em primeiro na chave, o que faria a seleção de Cristiano Ronaldo enfrentar a Rússia nas oitavas de final. Em alguns segundos, porém, tudo mudou. A Espanha empatou nos acréscimos com Marrocos (2-2) com um gol de Iago Aspas confirmado apenas após a consulta do VAR, já que o árbitro havia assinalado impedimento do atacante espanhol. E o Irã empatou o jogo contra Portugal com um pênalti marcado depois que a bola bateu na mão de Cedric Soares, também marcado após a verificação com o árbitro de vídeo. Com os resultados, os portugueses caíram para segundo lugar e enfrentarão o Uruguai nas oitavas. Após as mudanças nas partidas disputadas em Kaliningrado e Saransk, as reações foram intensas: o atacante marroquino Nordin Amrabat virou para as câmeras e disse "o VAR é uma merda", ao mesmo tempo em que o técnico da seleção africana, Hervé Renard, admitiu que o gol de Aspas era válido, e o treinador do Irã, o português Carlos Queiroz, declarou que "o VAR não funciona". O zagueiro português José Fonte disse que "muitos não estão felizes, porque está criando confusão". As maiores críticas vieram de Queiroz, para quem a seleção do Irã foi prejudicada. Ele pediu um cartão vermelho por uma suposta cotovelada de Cristiano Ronaldo, mas após a consulta ao VAR o árbitro optou pelo cartão amarelo. Mas o sistema de vídeo também determinou um pênalti a favor de Portugal, que Cristiano Ronaldo perdeu. Queiroz reclamou dos critérios para o uso do VAR, pois os iranianos reclamaram de dois pênaltis que o árbitro paraguaio Enrique Cáceres optou por não conferir nas imagens. Quem toma as decisões? "Tenho o direito de saber quem toma as decisões. O árbitro lava as mãos como Pilatos, e os de cima (os assistentes de vídeo) não querem tomar as decisões pelo árbitro", declarou após a partida. O que Queiroz e muitos torcedores não entendem é quem decide quais jogadas serão revisadas. No jogo em que o Brasil venceu a Costa Rica por 2-0, o árbitro voltou atrás e não marcou um pênalti em Neymar após rever as imagens. Mas, nas partidas Suíça-Sérvia (2-1) e Alemanha-Suécia (2-1), sérvios e suecos reclamaram de pênaltis nos atacantes Aleksandar Mitrovic e Marcus Berg, mas os árbitros optaram por não revisar as jogadas. Também questionam a continuidade da partida após uma jogada polêmica. O que acontece no caso de um fato decisivo, como um gol ou uma expulsão, enquanto o jogo prossegue e o VAR obriga o árbitro a retificar uma decisão que está na origem de sua decisão posterior? O VAR, que faz sua estreia neste grande torneio, após anos de testes, ameaça virar o protagonista da competição. O torneio já bateu o recorde de pênaltis marcados em uma Copa do Mundo, antes mesmo do fim da primeira fase. A Fifa e os defensores do VAR alegam que o sistema vai impedir grandes erros de arbitragem, como o gol com a mão de Maradona na vitória de 2-1 da Argentina sobre a Inglaterra na Copa do México-1986.

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