CASO DENARC

Três policiais presos foram liberados pela Justiça

Um investigador foi solto pois não foi reconhecido por supostos traficantes e outros dois tiveram o prazo de prisão vencido

Milene Moreto
milene@rac.com.br
25/07/2013 às 10:45.
Atualizado em 25/04/2022 às 07:38
Sede da Delegacia de Narcóticos de São Paulo (Denarc) (Érica Dezonne/AAN)

Sede da Delegacia de Narcóticos de São Paulo (Denarc) (Érica Dezonne/AAN)

Três dos dez policiais presos na operação do Ministério Público (MP) foram liberados na quarta-feira (24) pela Justiça. O investigador do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) Rodrigo de Longhi foi liberado após o pedido de revogação do MP em razão de não ter sido identificado pelos supostos traficantes durante o reconhecimento feito pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na última terça-feira. Os dois policiais de Campinas, Renato Peixeiro e Mark de Castro Pestana, foram liberados após o vencimento do prazo de cinco dias da prisão temporária que não poderia ser renovada. Além de Peixeiro, Mark e Longhi, o delegado-chefe do setor de inteligência do Denarc, Clemente Calvo Castilhone Júnior, já havia deixado a prisão. O delegado foi preso por ter supostamente vazado informações sobre a investigação do Gaeco e atrapalhado a operação que levou para a cadeia policiais e traficantes. Os outros investigadores permanecem presos na Penitenciária da Polícia Civil em São Paulo. Mark e Peixeiro não prestaram depoimento e não participaram do reconhecimento por orientação da defesa.Os dois policiais de Campinas foram relacionados à investigação depois que um dos traficantes informou que repassava à dupla cerca de R$ 20 mil ao mês para que o tráfico na região do São Fernando não fosse combatido pelo 10º Distrito Policial. Um dos traficantes reconheceu Peixeiro por foto. O esquema dos policiais de Campinas não era integrado ao que supostamente foi praticado pelos investigadores do Denarc. Segundo o MP, os policiais da Capital recebiam um mensalinho de R$ 30 mil e recolhiam anualmente uma propina que chegava a R$ 300 mil para que as drogas pudessem ser vendidas sem repressão.Além de CampinasA quadrilha do sequestrador Andinho não foi o único alvo dos supostos achaques praticados por policiais do Denarc. Relatório do MP aponta que, durante as investigações, o grupo foi flagrado tentando extorquir também um traficante ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) da região de Jundiaí. O caso indica, segundo os promotores, que o esquema envolvia outros policiais do Denarc e era prática sistemática do grupo. O suposto sequestro ocorreu em 28 de maio, quando policiais do Denarc levaram de sua casa o traficante Clayton Schimit de Araújo, conhecido como Bornai, em Várzea Paulista. Em uma viatura da polícia, Bornai teria sido levado para o Denarc, em São Paulo, mas sem ser apresentado. Ele foi mantido durante toda a tarde dentro do carro, na rua, enquanto o pagamento do resgate estava sendo negociado.

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