(Divulgação)
Um vídeo capturado por câmeras de segurança na Rua Olindo Gardelin, no Centro de Lazer Ferdinando Tilli (Bosque Valença), em Campinas, registrou os momentos finais de Eliane Alves de Souza, de 37 anos, antes de seu brutal assassinato. As imagens, obtidas com exclusividade pela TV Thathi, mostram Eliane caminhando ao lado de seu ex-marido por volta das 17h15 de sábado, pouco depois de ela ter informado à filha mais velha que estava a caminho de casa. Preocupada com o atraso incomum da mãe, a filha de Eliane acionou a polícia. Foi então que recebeu a devastadora notícia: o corpo de sua mãe havia sido encontrado no bosque. Eliane foi encontrada morta entre 18h30 e 19h do mesmo dia, com 18 facadas, após uma testemunha ouvir gritos de socorro.
A consultora de vendas Keila Alves de Souza Ribeiro, de 33 anos, irmã da vítima, expressou o impacto da tragédia sobre a família: "Foi um choque. Apesar de ainda não ter a confirmação, temos certeza de que foi ele, o ex-marido, quem a matou. Ele não aceitava o fim do relacionamento e a ameaçava de morte", relatou Keila, visivelmente abalada. O delegado Rodrigo Galazzo, da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), havia informado anteriormente que a polícia buscava evidências visuais para corroborar as suspeitas sobre o crime.
Eliane e o suspeito compartilharam 15 anos de união, da qual nasceram duas filhas, hoje com 13 e 7 anos. A separação, ocorrida há cerca de um ano, não pôs fim ao tormento vivido pela vítima. Familiares relatam que o relacionamento foi marcado por ciúmes excessivos e ameaças constantes por parte do ex-companheiro.
Na tentativa de escapar dessa situação opressiva, Eliane tomou uma decisão drástica: mudou-se com as filhas para o interior de Minas Gerais. Durante seis meses, ela buscou reconstruir sua vida longe do ex-marido. No entanto, as dificuldades financeiras forçaram seu retorno a Campinas em agosto deste ano. A volta, porém, não trouxe a paz esperada. O ex-companheiro reiniciou o ciclo de ameaças, desta vez adicionando um elemento ainda mais perturbador: alegava que tiraria a guarda das meninas de Eliane. Esta escalada de intimidações culminou na trágica sequência de eventos que levou à sua morte.
Este caso pode representar o sétimo feminicídio em Campinas este ano e o 16º na Região Metropolitana de Campinas (RMC). O incidente destaca a urgência de medidas mais efetivas para proteger mulheres em situação de vulnerabilidade e combater a violência doméstica. As autoridades continuam investigando o caso, buscando reunir mais evidências para esclarecer completamente as circunstâncias do crime e responsabilizar o autor. A comunidade local está consternada com mais este ato de violência contra a mulher, reacendendo debates sobre a necessidade de políticas públicas mais robustas para prevenir tais tragédias.
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