Residente da Unicamp sofre 18 horas de horror em cativeiro

Em uma operação conjunta, as polícias Civil, Militar e a Guarda Municipal (GM) de Campinas prenderam dois homens, de 20 e 22 anos, e uma mulher, de 19 anos, envolvidos no sequestro de um residente de medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de 27 anos. O crime ocorreu na noite de anteontem. A vítima foi mantida em cativeiro por aproximadamente 18 horas e liberada em uma área isolada na divisa entre Campinas e Monte Mor, com ferimentos nos punhos. A polícia chegou aos sequestradores após rastrear uma transferência bancária feita pela vítima para um dos criminosos. A GM identificou e localizou o carro dos bandidos, enquanto a PM encontrou o veículo da vítima.

O residente foi abordado por volta das 23h de quartafeira, enquanto guardava o carro na garagem de sua residência, uma república próxima à Unicamp. A ação foi registrada por uma câmera de segurança. Os criminosos, que passaram a pé pela calçada, aproveitaram a distração do jovem para rendê-lo. A vítima foi colocada no banco traseiro do carro e teve seus pertences roubados durante o percurso. Segundo o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Antônio Dota Júnior, "a vítima foi mantida em um cativeiro durante a noite e, na manhã de quinta-feira, os criminosos realizaram novas movimentações na conta dela".

A polícia estima que os criminosos roubaram cerca de R$ 30 mil, mas o valor exato ainda está sendo apurado. Dota Júnior não divulgou detalhes sobre a localização do cativeiro.

O desaparecimento foi notado por amigos e colegas do hospital, que estranharam a ausência e a falta de comunicação da vítima. Eles foram até a casa do residente e, através das imagens de segurança, descobriram o sequestro. O grupo contatou a família do jovem, que reside em Minas Gerais, e registrou um boletim de ocorrência no 7º Distrito Policial, próximo à Unicamp. A família verificou a conta bancária da vítima e encontrou uma transferência para uma pessoa desconhecida. O caso foi encaminhado para a DIG e começou a ser investigado pela equipe do delegado Elton Costa.

Os policiais localizaram o endereço do suspeito e, com a ajuda do monitoramento da GM, identificaram os trajetos feitos pelo carro da vítima, um Renault Kwid, e pelo veículo dos criminosos, um Fiat Siena branco. "A vítima foi libertada no final do dia e buscou ajuda da Guarda Municipal, que nos comunicou. Nossa equipe foi ao seu encontro e, com seu depoimento, conseguimos localizar o carro dos criminosos", explicou Dota.

O Fiat Siena foi encontrado na entrada do Jardim Bassoli, na região do distrito do Campo Grande. No carro, havia um casal. A mulher, que portava cerca de R$ 600 sem origem justificada, foi presa por receptação. Seu namorado, um dos destinatários da transferência bancária, confessou o crime.

O carro da vítima foi encontrado na Avenida John Boyd Dunlop pela Força Tática da Polícia Militar, após um alerta do sistema de monitoramento de placas de veículos roubados. Dois homens estavam no veículo; um deles foi preso por participação no crime. Com o condutor, os policiais apreenderam R$ 5 mil, dois bonés e duas blusas usadas na abordagem. O passageiro prestou depoimento e foi liberado por não ser reconhecido.

As investigações continuam para localizar os outros dois envolvidos no crime. O carro e o dinheiro recuperado foram devolvidos à vítima. "É importante alertar a população sobre a necessidade de adotar medidas básicas de segurança. O criminoso se aproveita do descuido da vítima. Com alguns cuidados, podemos reduzir nossa vulnerabilidade", ressaltou o delegado José Carlos Fernandes da Silva, da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic).

O estudante, natural de Minas Gerais, formou-se em medicina em Petrópolis (RJ) e mudou-se para Campinas este ano para a residência na Unicamp. Ele mora em Barão Geraldo há menos de três meses.

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