Plantação de maconha no quintal da residência: para consumo próprio (Divulgação)
Três policiais militares recém-chegados em Campinas descobriram, por acaso, uma plantação de maconha com ao menos 16 pés da erva, com mais de um metro de altura, em uma imóvel para alugar, na Vila Nogueira, terça-feira à tarde. Essa é a segunda plantação do entorpecente em menos de 15 dias no município.
A corporação acredita que o aumento das ocorrências envolvendo plantação de maconha se deve à facilidade da comercialização das sementes por meio das redes sociais e, também, à disseminação de aulas virtuais que ensinam a cultivar a planta. No entanto, a polícia ressalta que o cultivo da erva em casa é crime passível de prisão por tráfico.
As plantas estavam em vasos, no quintal da residência de um professor de geografia de 33 anos. A plantação foi descoberta quando o homem mostrava o imóvel aos policiais, que estavam à paisana e de folga.
Os agentes chegaram ao imóvel após pesquisas realizadas nas redes sociais sobre locação de imóveis. O professor mora na casa e loca quartos, em sistema de república.
“Os policiais fizeram contato com o proprietário do imóvel e combinaram visita. Como são de fora de Campinas, os agentes resolveram ir conhecer pessoalmente a casa e o local. Foram, então, atendidos pelo professor, que se apresentou e explicou que a sala, cozinha e banheiro eram de uso compartilhado. Depois de mostrar o interior da residência, ele foi, com os visitantes, até o quintal. Havia algumas plantas e ele alegou que cultivava a espécie, sem especificar o que era. Ao olhar para as plantas, os policiais constataram que se tratava de maconha e deram voz de prisão”, contou o sargento Adriano Leite.
Depois que encontraram a plantação, os agentes acionaram o comando, que enviou equipe, a qual descobriu, além da plantação ao ar livre, uma planta, em um vaso, quase seca, no guarda-roupa do homem, e vários potes com sementes.
Segundo Leite, o professor tentou convencer os agentes de que a plantação não era dele, que apenas alugava o imóvel. Porém, ele acabou confessando que o imóvel era dos pais e ele morava no local, e aproveitava para ganhar algum dinheiro alugando quartos.
O professor confessou que cultiva a erva ainda para consumo próprio e que, às vezes, concedia aos amigos que o visitavam.
O suspeito não tem passagem criminal e os policiais acreditam que a plantação existe há mais de seis meses, devido ao tamanho dos pés. O homem foi levado para o plantão do 1º Distrito Policial (DP), repetiu que era para consumo próprio e foi liberado para responder ao crime em liberdade. Os vasos com as plantas foram enviados ao Instituto de Criminalística (IC) para incineração.
Plantação em escala
Os flagrantes de plantação de maconha vêm ocorrendo constantemente na região de Campinas. No dia 23 de junho, uma equipe do 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) descobriu uma plantação de maconha dentro de uma residência na Vila Industrial. O local tinha a estrutura de uma estufa, com controle de temperatura, iluminação e umidade para cultivo das plantas.
Os agentes chegaram ao local depois de abordarem um homem, que estava em uma moto, no bairro Nova Europa. Ele ficou nervoso ao ver a equipe e correu para dentro de uma casa, momento que um outro homem, que estava na casa, correu para os fundos.
Os policiais perseguiram o suspeito e o detiveram nos fundos da casa, onde estavam os pés de maconha.
Ao ser preso, o segundo suspeito contou que havia mais entorpecente e dinheiro provenientes do tráfico no imóvel e forneceu o endereço de onde conseguia a droga para a comercialização. A equipe então foi até o local indicado e encontrou a plantação.
Também em junho, no dia 14, a Polícia Federal de Campinas prendeu em flagrante o dono de um sítio, em Bragança Paulista, que cultivava maconha para produção de haxixe, em grande quantidade. A ação fez parte da “Operação Olossá” da PF de Salvador (BA), que buscou desarticular quadrilha de tráfico internacional de haxixe, cocaína e drogas sintéticas.
Além da plantação e mudas para haxixe, parte da droga em processamento, em embalagens e balança de precisão foram recolhidas.