SUSPEITA DE FEMINICÍDIO

Polícia investiga morte de mulher que levou 18 facadas

Crime tem como principal suspeito o ex-companheiro da vítima

Alenita Ramirez/alenita.ramirez@rac.com.br
13/11/2024 às 15:32.
Atualizado em 13/11/2024 às 15:32
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

A Polícia Civil de Campinas investiga o brutal assassinato de Eliane Alves de Souza, empregada doméstica de 37 anos, ocorrido no último sábado no bosque do bairro Parque Valença. O corpo da vítima foi encontrado com 18 facadas. Caso confirmado, Eliane será a sétima vítima desse crime na cidade este ano e a 16ª na Região Metropolitana de Campinas (RMC). O caso, registrado na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), tem como principal linha de investigação o feminicídio, uma vez que Eliane vinha sofrendo ameaças de seu ex-companheiro, com quem manteve um relacionamento por 15 anos. 

Por volta das 18h30 de sábado, a Polícia Militar (PM) foi acionada após uma testemunha ouvir gritos de socorro. Ao chegar ao local, os policiais encontraram o corpo de Eliane. Keila Alves de Souza Ribeiro, irmã da vítima e consultora de vendas de 33 anos, relatou: "Foi um choque. Apesar de ainda não ter a confirmação, temos certeza de que foi ele, o ex-marido, quem a matou. Ele não aceitava o fim do relacionamento e a ameaçava de morte", contou Keila. 

O casal estava separado há quase um ano e tinha duas filhas em comum, de 13 e 7 anos. Eliane também tinha uma filha de 18 anos de um relacionamento anterior. Segundo Keila, o relacionamento era marcado por ciúmes e agressividade por parte do ex-companheiro, o que levava a família a manter distância, intervindo apenas quando Eliane solicitava ajuda. "Ela ficou seis meses fora do estado fugindo dele. Ela abriu mão da casa dela para sair de um lar de violência. Queria viver. Mas como não conseguiu sobreviver no interior de Minas Gerais precisou voltar para a cidade grande para sustentar as filhas", disse a consultora de vendas. 

Apesar das ameaças constantes, a irmã afirma que o exmarido nunca havia agredido Eliane fisicamente. A vítima não registrou boletins de ocorrência contra ele, acreditando que não seria capaz de cometer um ato extremo. 

"Só pode ser ele, pois ele sumiu. Eu espero que a polícia o encontre e ele pague pelo que fez. Não quero que minha irmã seja apenas mais um caso de violência. Os homens machistas acham que a mulher é posse deles", desabafou. 

A irmã descreveu Eliane como uma pessoa alegre e de sorriso fácil. "A alegria a definia. Era uma pessoa batalhadora e sonhadora, sempre feliz", resumiu. 

O laudo preliminar indica que Eliane foi assassinada com 18 facadas: seis na região da cabeça e rosto, uma no pescoço, três no abdômen, uma no peito, quatro no braço direito (duas no antebraço e duas no tríceps), uma no pulso esquerdo, uma no ombro esquerdo e uma no cotovelo esquerdo. O celular da vítima foi encontrado próximo ao corpo. 

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