Caminhão e tambores contendo piche, que seriam transportados de Campinas até Mogi das Cruzes (Divulgação Polícia Civil)
A Polícia Civil de Campinas desarticulou ontem um esquema de furto e adulteração de combustível e emulsão asfáltica, que operava há pelo menos um mês em um barracão alugado às margens da Rodovia Zeferino Vaz, em Cosmópolis. No local, agentes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) flagraram um motorista que transportava piche e havia vendido parte do material para o comércio. O proprietário do estabelecimento não estava presente, mas foi identificado e indiciado. Dois funcionários que trabalhavam no barracão afirmaram acreditar que a empresa era legalizada e foram liberados após prestarem depoimentos.
A operação faz parte de uma série de ações da Polícia Civil para combater a adulteração, armazenamento irregular, furto e roubo de combustíveis. Há algumas semanas, os policiais começaram a monitorar uma movimentação suspeita no barracão. Ontem, após uma hora de vigilância, eles presenciaram três caminhões entrando e saindo do local e decidiram abordar o quarto veículo O caminhão transportava piche e havia saído de Campinas com destino a Mogi das Cruzes. Ao ser abordado, o motorista confessou ter vendido parte da carga.
"Constatamos que os caminhoneiros passavam por aquele local, adentravam de forma muito discreta, retiravam uma parte do conteúdo do veículo, que era preenchida depois por uma quantidade de água. Obviamente, eles recebiam por esse valor", explicou o delegado responsável pelas investigações, Elton Costa.
Segundo o delegado Elton Costa, o esquema funcionava da seguinte maneira: a cada parte de combustível ou piche comprada, o material era reservado em caminhões até se obter uma quantidade significativa para revenda. A gasolina, por exemplo, saía das transportadoras dentro dos parâmetros oficiais, mas chegava ao destino adulterada com água.
"Os motoristas passavam pelo local sem a permissão da empresa. O motorista flagrado foi preso por furto qualificado por abuso de confiança. Nossa investigação resultou na descoberta do indivíduo que mantinha aquele local, possibilitando a prática desse esquema criminoso. Ele também foi indiciado por furto", explicou Costa.
Os policiais apuraram que os motoristas vendiam, em média, mil litros de material furtado. No caso do piche, o motorista receberia R$ 1,5 mil. Estima-se que cerca de dez caminhões passavam pelo barracão. "Temos duas infrações: o combustível que era adulterado com água e a quantidade furtada, que era levada para algum posto. Isso configura furto e evasão fiscal, já que o material era vendido sem pagamento de tributos", destacou o delegado.
As investigações continuam para identificar as vítimas e o destino da carga. A suspeita é que, a cada quatro dias, a carga furtada era levada para algum local. No barracão, foram apreendidos quatro carretas e dois caminhões, além de outros objetos, que foram mantidos no local como fiel depositário.
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