(Divulgação PF)
Três brasileiros e um americano foram presos em flagrante durante a Operação Escudo da Pureza, realizada pela Polícia Federal em Campinas. A ação visa combater crimes de abuso sexual infantojuvenil, focando no armazenamento e compartilhamento de imagens ilícitas. Sessenta agentes participaram da ação para cumprir dez mandados de busca e apreensão em Campinas, Jundiaí, Mogi Mirim e Itobi. As prisões ocorreram em Mogi Mirim (uma) e Jundiaí (três), sendo que o americano foi detido em Jundiaí. Em Campinas, nenhuma prisão foi efetuada em flagrante.
As detenções foram resultado da posse de arquivos contendo material de abuso sexual infantil, confirmada através de perícias nos dispositivos eletrônicos apreendidos. Os mandados foram autorizados pelas Varas Federais de Campinas, Jundiaí e São João da Boa Vista. Segundo a delegada Estela Beraquet Costa, responsável pela operação, a investigação começou este ano, utilizando tecnologia avançada para rastrear usuários que buscam ou compartilham arquivos ilegais. "Nosso trabalho não se baseia apenas em denúncias feitas por cidadãos; ele é desenvolvido por policiais federais com informações formalizadas nesta delegacia, e conta com o apoio da coordenação geral em Brasília", explicou a delegada.
A jurisdição da PF em Campinas abrange 60 municípios, o que levou a investigação a monitorar indivíduos de diversas cidades. Os agentes federais identificaram dez endereços suspeitos de posse e compartilhamento de material ilícito. Em dois desses locais, havia também suspeita de produção de arquivos ilegais e possível acesso direto a crianças. "Inicialmente, nesses alvos específicos, não encontramos menores, mas apreendemos material que está sendo analisado", afirmou Estela, destacando que nenhum dos presos era investigado inicialmente por produção de material. "Esses indivíduos foram detidos por compartilhamento de arquivos, que foi a base da investigação", acrescentou.
Os detidos têm entre 47 e 49 anos e não possuem antecedentes criminais. O americano vive no Brasil, em Jundiaí, há 13 anos. "O fato de ter filho, de ser casado ou não, de profissão não nos leva a conclusões. Nosso trabalho é mostrar que não tem lugar seguro, não tem um perfil específico. Muitos dos abusadores são próximos, amigos, são pessoas queridas, que fazem com que as pessoas em sua volta não acreditem que ela possa ter cometido aquele tipo de delito. Então essa é a nossa realidade. Os pais e os responsáveis têm que ficarem atentos a qualquer sinal e sempre ter proximidade com as crianças. A maior defesa é a abertura e conversa com as crianças", orientou Estela.
Os dispositivos apreendidos serão enviados ao Núcleo Técnico-Científico da Delegacia de Polícia Federal em Campinas para exames periciais com o objetivo de coletar provas digitais. Os suspeitos poderão enfrentar acusações conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com penas que variam de 10 a 23 anos, dependendo do envolvimento com a produção de material ou abuso. Caso se confirme a participação na produção de arquivos de abuso sexual infantojuvenil ou estupro de vulnerável, a pena pode chegar a 23 anos de prisão.
Desde janeiro, a Polícia Federal realizou 14 prisões em flagrante. No ano anterior, foram quatro, e em 2022, duas. O nome da operação reflete o esforço da Polícia Federal em proteger crianças e adolescentes de abusadores que utilizam a internet para localizar vítimas ou divulgar conteúdo ilícito.
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