Larissa da Silva Bezerra Xavier, de 19 anos, foi brutalmente assassinada pelo companheiro (Arquivo Pessoal)
Em um ato de brutalidade que chocou Campinas, Ricardo Xavier de Sousa, 35 anos, assassinou sua esposa Larissa da Silva Bezerra Xavier, de apenas 19 anos, após uma discussão motivada por ciúmes de uma foto encontrada em seu celular. O assassino não só tirou a vida da jovem mãe como também tentou meticulosamente ocultar seu crime. Inicialmente, aplicou um golpe "mata-leão" na vítima e, ao perceber que ela ainda apresentava sinais vitais, não hesitou em desferir um golpe fatal com uma faca em seu pescoço. Todo o brutal assassinato ocorreu enquanto a filha do casal, uma criança de apenas 1 ano e 8 meses, dormia na residência.
Após o assassinato, Ricardo demonstrou frieza ao elaborar um plano sinistro para esconder o corpo. Arrastou a vítima da cozinha para a lavanderia e chegou a dirigir até Paulínia com a intenção de alugar equipamentos para cavar uma cova no quintal da residência. Durante o trajeto, descartou o celular da vítima, evidenciando sua tentativa de apagar vestígios do crime. Antes de se entregar, ainda levou a filha do casal para a casa da avó paterna.
Depois de desistir dos planos de ocultação do cadáver, o assassino apresentou-se voluntariamente ao 1º Distrito Policial, sendo posteriormente encaminhado à 1ª Delegacia da Defesa da Mulher (DDM), onde confessou o crime. A Justiça decretou sua prisão temporária por 30 dias. Uma equipe da Polícia Militar foi enviada ao endereço do casal, na Vila Costa e Silva, onde precisou arrombar a residência que estava trancada, encontrando o corpo da vítima.
Em seu depoimento, Ricardo Xavier de Sousa tentou minimizar a gravidade do ato, classificando-o como resultado de "uma discussão banal", desencadeada após visualizar a foto de outro homem no celular da esposa. Ele relatou que convivia com a vítima há três anos.
Diante das autoridades policiais, o suspeito deu mais detalhes sobre o seu plano macabro de ocultar o corpo da esposa. Com a filha do casal acordada devido ao incidente, o suspeito colocou a criança no carro e dirigiu-se ao bairro de Betel, em Paulínia. Seu objetivo era alugar equipamentos em uma empresa local para cavar uma cova no quintal da residência. "O suspeito tentou se desfazer do corpo, mas não concretizou o plano. Ao retornar à residência, ainda considerou buscar ferramentas para cavar, mas desistiu da ação. Em seguida, levou a filha à casa da avó paterna, procurou auxílio de sua mãe e apresentou-se à delegacia", relatou a soldado Raquel Morais, da Polícia Militar (PM).
Até o início da tarde de ontem, o corpo da jovem permanecia sob custódia do Instituto Médico Legal (IML). A delegada Ana Carolina Bacchi, da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), informou que o caso tramita em segredo de Justiça por se tratar de violência doméstica. A autoridade policial ressaltou que não havia registros anteriores de violência doméstica envolvendo o casal e confirmou que o pedido de prisão temporária do suspeito, por 30 dias, foi deferido pelo juiz da Vara do Júri.
Segundo relatos de vizinhos, que preferiram não se identificar, o relacionamento do casal era instável, alternando períodos de conflito e aparente harmonia. No entanto, a brutalidade do crime e as tentativas calculadas de ocultação do corpo revelam a natureza premeditada do assassinato, perpetrado por um homem que, movido por ciúmes doentios, decidiu tirar a vida de sua jovem esposa, deixando uma criança órfã de mãe.
O caso representa o sexto feminicídio em Campinas apenas em 2024, parte de um total alarmante de 16 casos na Região Metropolitana, números que já ultrapassam todo o ano anterior, quando a RMC registrou nove ocorrências, sendo quatro delas na cidade de Campinas.
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