A ação foi conduzida pela PF de Piracicaba; em paralelo, a unidade de Campinas cumpriu um mandado de busca e apreensão em Indaiatuba (Divulgação PF)
Um jovem de 19 anos foi preso em flagrante em Americana, suspeito de chantagear crianças e adolescentes com quem trocava fotos íntimas. O suspeito fingia ser adolescente para ganhar a confiança das vítimas e, após obter as imagens, ameaçava divulgar os nudes caso suas exigências não fossem atendidas. A prisão ocorreu na manhã de ontem, durante uma operação nacional da Polícia Federal (PF) de combate ao abuso sexual infantojuvenil. A ação foi conduzida pela unidade da PF de Piracicaba. Em paralelo, a unidade de Campinas cumpriu um mandado de busca e apreensão no endereço de um investigado em Indaiatuba, mas o alvo não foi preso por falta de material flagrancial.
A investigação contra o suspeito de Americana teve início em 25 de junho, após a identificação de uma ocorrência de "sextortion", crime que consiste na chantagem contra a vítima. Segundo informações preliminares, o suspeito se passava por adolescente para trocar mensagens com menores e, ao conseguir fotos íntimas das garotas, começava a chantageá-las, exigindo que se mutilassem e enviassem o material para ele, sob a ameaça de divulgar as imagens.
O suspeito teria feito vítimas em Piracicaba e Americana. Ele alegava possuir material comprometedor e ameaçava expor as vítimas caso suas exigências não fossem cumpridas. Com o jovem, foram encontrados arquivos contendo material de abuso sexual infantil. Ele continua sendo investigado por produção e compartilhamento de material pornográfico infantil. A PF não divulgou o bairro onde a operação foi realizada nem o número de vítimas do suspeito.
"A Polícia Federal alerta aos pais e responsáveis sobre a importância de monitorar e orientar seus filhos no mundo virtual e físico, protegendo-os dos riscos de abusos sexuais. A prevenção é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar das crianças e adolescentes", ressalta a PF em nota.
INDAIATUBA
Em Indaiatuba, a Polícia Federal apreendeu dois notebooks, sete HDs e uma arma sem registro na residência de um dos moradores. A operação faz parte de uma investigação iniciada este ano pela unidade da PF em Campinas, que concluiu que, entre 2022 e 2024, a conexão de internet do imóvel foi utilizada para adquirir e compartilhar vídeos e fotos de conteúdo de violência sexual infantojuvenil.
De acordo com a PF, os policiais federais coletaram "fortes indícios da materialidade criminosa" contra o alvo da investigação. Caso o envolvimento do suspeito seja comprovado, ele poderá responder pelos crimes de posse e compartilhamento de material de violência sexual contra crianças e adolescentes, com penas que podem somar até dez anos de prisão. O mandado de busca e apreensão foi expedido pela 9ª Vara Criminal Federal de Campinas.