SUFOCO EM HORTOLÂNDIA

Empresário vive 40 minutos de terror durante sequestro

Sob a mira de arma, vítima teve que fazer um PIX de R$ 15 mil enquanto ladrão dirigia seu veículo

Alenita Ramirez/alenita.ramirez@rac.com.br
07/06/2024 às 11:07.
Atualizado em 07/06/2024 às 11:07

Policiais do 10º Baep prenderam um dos autores do sequestro-relâmpago e identificaram dois comparsas (Divulgação)

Um empresário de 40 anos viveu 40 minutos de terror durante um assalto seguido de sequestro-relâmpago em Hortolândia. Ele foi mantido sob a mira de uma arma de fogo em seu próprio carro e forçado a fazer uma transferência via PIX de R$ 15 mil enquanto o criminoso dirigia. A vítima foi libertada sem o veículo e acionou a polícia. Aproximadamente oito horas depois, policiais do 10º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep) prenderam um dos autores e identificaram dois comparsas, após analisarem imagens de uma câmera de segurança na empresa do empresário. Os criminosos são moradores de Campinas. O crime aconteceu na tarde da última terça-feira, e as imagens foram divulgadas pela polícia anteontem à noite. 

O assalto ocorreu no bairro Remanso Campineiro por volta das 12h. O empresário estava dentro de seu carro, estacionado em frente à sua empresa, aguardando a esposa que finalizava um trabalho.

Os criminosos, em três, estavam em um veículo Volkswagen Gol preto e aproveitaram-se do momento em que a vítima estava distraída. Eles pararam ao lado do carro do empresário, e um dos assaltantes, armado, desceu, abriu a porta e obrigou o empresário a passar para o banco do passageiro. Os comparsas seguiram à frente.

O ladrão segurou a arma na mão direita e a encostou na minha costela, logo abaixo da axila. Ele perguntou quanto eu tinha na conta e falei que não tinha dinheiro. Ele disse que eu tinha e ordenou que transferisse tudo", relatou o empresário.

Como ele tinha R$ 20 mil na conta, um valor acima do limite permitido pelo banco para transferência, foi obrigado a usar o reconhecimento facial para completar a operação. No entanto, ele não conseguia realizar o processo porque o carro era automático e o ladrão não tinha experiência em dirigi-lo. "O carro dava trancos e eu não conseguia fazer o reconhecimento. Tentei umas três vezes, com a arma na minha costela. O ladrão ameaçava atirar. Na hora, não consegui nem pensar na minha família, só pensava que iria morrer", disse a vítima.

A esposa do empresário só percebeu a ausência do marido algum tempo depois e chegou a ligar para o celular da vítima. Segundo o empresário, o criminoso afirmou que não queria o celular nem o carro, prometendo deixar o veículo em outro local para ser encontrado. Entretanto, exigia que todo o valor fosse transferido para a conta fornecida por ele.

Como não foi possível realizar a transferência completa, o ladrão entrou em contato por telefone com os comparsas, que autorizaram a liberação da vítima sob a Ponte Estaiada. Toda a ação ocorreu com o carro em movimento, inclusive quando o criminoso ordenou que a vítima descesse do veículo em movimento. "Falei que tinha família e pedi para ele não fazer nada comigo. Tenho medo de retaliações. Em um ano e meio, esta é a terceira vez que somos vítimas de roubo. No ano passado, tivemos um caminhão e uma van roubados. Temos que mudar a rotina", disse o empresário, que foi socorrido pela esposa e por um sócio.

Com base nas imagens, equipes do 10º Baep conseguiram identificar a direção de tráfego do carro dos criminosos e localizaram um dos envolvidos na Vila Padre Anchieta, em Campinas. O suspeito estava em um bar e acabou confessando a participação no crime, indicando o local onde os carros estavam. O carro da vítima foi encontrado abandonado nas proximidades do cemitério. Os policiais também identificaram os comparsas do bandido preso em flagrante. A arma usada no crime foi encontrada dentro do Gol, que estava na casa de um dos foragidos. O caso segue sob investigação da Polícia Civil.

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