Mulher é amparada por parente depois de ser liberada pelos criminosos em Iracemápolis: ninguém foi preso (Divulgação)
Três bandidos transformaram o que era um sequestro-relâmpago em um sequestro mediante extorsão - com pedido de resgate. Mas a empreitada não deu certo nas duas modalidades, uma vez que a família da vítima não tinha dinheiro e pediu ajuda às forças de segurança para localizar a mulher e impedir o pagamento do valor exigido, de R$ 35 mil. O crime aconteceu em Limeira, quarta-feira (6) à tarde.
A vítima, uma corretora de imóveis, de 35 anos, foi mantida por sete horas em cativeiro, sendo a maior parte desse tempo dentro do carro, em um canavial. Para obrigar a família da mulher a fazer o pagamento, os bandidos arrancaram ela do carro e fizeram fotos dela. Como a família não tinha o dinheiro, pediu a ajuda da Guarda Municipal (GCM), que contou com o apoio das polícias Militar (PM) e Civil.
O serviço de inteligência das corporações descobriu a região do cativeiro e pediu o apoio de dois helicópteros de empresas privadas. A força-tarefa conseguiu que os criminosos libertassem a mulher mesmo sem o pagamento do resgate. Ela foi liberada em Iracemápolis. Ninguém foi preso, mas a Polícia Civil está à procura dos sequestradores.
A corretora de imóveis foi rendida pelos bandidos por volta das 12h30, quando estava no interior do seu carro, um Aulnay, da Peugeot, parado em uma via no bairro Morro Azul. Ela aguardava um cliente, que visitaria um imóvel no bairro Chácara Antonieta. A vítima relatou que estava distraída no celular, quando os bandidos anunciaram o roubo. Dois deles entraram no carro, enquanto o terceiro seguiu o veículo em uma moto.
A mulher foi obrigada a dirigir por diversos locais da cidade. Os criminosos queriam que ela fizesse transferência bancária por PIX, mas ela não conseguiu. Então eles exigiram saques, mas ela pode transferir apenas R$ 1 mil. Os bandidos exigiram, então, que fosse feito compras em supermercados, mas a ação também não foi bem-sucedida.
Os criminosos levaram a vítima a um cativeiro, no meio de um canavial, de onde ligaram para a família da refém e exigiram resgate. Para mostrar que a corretora estava realmente em poder deles, ela foi retirada do carro e obrigada a se deixar fotografar. “Como a família não tinha dinheiro, ligaram e pediram a minha ajuda”, contou o secretário de Segurança e Defesa Civil de Limeira, Wagner Marchi.
Para o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Leonardo de Oliveira Luiz, a ação dos criminosos não foi premeditada e sim oportunista, eles se aproveitaram da distração da vítima para roubá-la. O veículo dela foi achado na madrugada de quinta-feira (7) pela GM abandonado em uma rua do bairro Belinha Ometto. A mulher, por estar abalada psicologicamente, somente prestou depoimento na quinta-feira.
Sequestro do PIX
Em Valinhos, um comerciante de 52 anos também foi feito refém durante um assalto. A vítima foi rendida por três criminosos quando fechava sua oficina, na Vila Nova Espírito Santo, por volta das 17h30. O homem foi colocado no banco traseiro de um Sandero e levado até a Rodovia D. Pedro I, onde foi deixado, depois que os criminosos fizeram transferência via PIX de R$ 837. O comerciante ainda relatou à polícia, que os bandidos o levaram para o bairro Parque Portugal, onde pararam e um deles desceu para a falar ao celular.
Caso recente
No final do mês passado, um casal de agricultores foi levado refém, depois que os criminosos não encontraram um suposto cofre com dinheiro na casa das vítimas.
A tentativa de sequestro ocorreu em um sítio, na região do bairro Pedra Branca, em Campinas. O casal e uma empregada foram mantidos em poder de três bandidos dentro do carro das vítimas.
A Polícia Militar, que tinha sido chamada por uma testemunha, localizou o automóvel e iniciou uma perseguição e troca de tiros com os assaltantes. O bando se envolveu em um acidente de trânsito e dois dos suspeitos acabaram baleados e morreram. O agricultor, de 61 anos, foi atingido de raspão na região do tórax e sobreviveu.
