BARRA PESADA

Deic desarticula bando que vendia armas ao ‘Novo Cangaço'

Agentes apreenderam 1,5 tonelada de cocaína, além de fuzis, incluindo as temidas AR-10 e FAL 7.62

Alenita Ramirez/alenita.ramirez@rac.com.br
09/10/2024 às 10:40.
Atualizado em 09/10/2024 às 12:53
Armas de grosso calibre apreendidas por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) (Divulgação DEIC)

Armas de grosso calibre apreendidas por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) (Divulgação DEIC)

Policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) desarticularam uma organização criminosa que fornecia armas para quadrilhas especializadas em ataques a carros-fortes e transportadoras de valores, além de distribuir drogas em diversos estados brasileiros. Durante a operação realizada no domingo em Aguaí, os agentes apreenderam mais de 1,5 tonelada de cocaína pura, avaliada em cerca de R$ 30 milhões, além de dez fuzis, 325 munições de diversos calibres e 53 carregadores, estimados em R$ 800 mil. Três homens foram presos; dois deles residentes em Paulínia, sendo um responsável pela logística de recepção da droga na região. A apreensão ocorreu em um sítio.

No arsenal apreendido estavam um fuzil AR-10, seis fuzis FAL calibre 7.62, um AK calibre 7.62 e dois SIG .30, além das munições e carregadores. Três das armas foram identificadas como pertencentes ao Exército da Bolívia. A polícia estima que a cocaína poderia alcançar o valor de R$ 120 milhões no mercado internacional.

O delegado Fábio Sandrin, da 4ª Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat), informou que as armas seriam usadas por grupos ligados ao 'Novo Cangaço', um tipo de assalto em que criminosos dominam cidades para roubar bancos e empresas de valores. "O bando aproveitava a logística do transporte de drogas para movimentar o armamento. No Brasil, as armas e drogas eram distribuídas para outras organizações criminosas", afirmou o delegado.

Segundo Sandrin, a quadrilha, com ligações com uma facção criminosa atuante no estado, iniciou suas atividades em Paulínia e, há pelo menos três meses, se deslocou para Aguaí para despistar as autoridades. Eles também estabeleceram um endereço em Cordeirópolis, onde a investigação começou. "Identificamos a movimentação deles na véspera e conseguimos localizar o imóvel que seria usado para receber a mercadoria", explicou Sandrin, destacando que as armas chegavam junto com a droga. "Conseguimos interceptar assim que a carga foi descarregada. A carga seria retirada em questão de minutos", relatou o delegado.

O grupo criminoso é composto por pelo menos dez integrantes. Um dos presos, Marcelo Eduardo Nogueira de Souza, conhecido como Alemão, de 31 anos, é apontado como o principal alvo das investigações e reside em Paulínia. Ele tem antecedentes por tráfico de drogas na região do Mato Grosso do Sul. Estava acompanhado de Thiago Herculano Silva, que não possuía antecedentes criminais e seria auxiliar de Alemão.

O outro preso, Carlos Henrique Valente Mariano, é apontado como responsável pelo ponto de entreposto para o material ilícito. O sítio utilizado pertence à mãe dele. Mariano tem antecedentes por porte de arma. "As investigações continuam para desarticular outras ramificações da quadrilha", concluiu o delegado.

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