ÓDIO NAS RUAS

Casos de homicídio e estupro explodem neste início de ano em Campinas

Número de assassinatos cresceu 61,53% em fevereiro e o de violência sexual avançou quase 30%

Alenita Ramirez/ alenita.ramirez@rac.com.br
29/03/2023 às 08:58.
Atualizado em 29/03/2023 às 09:16
Policiais militares trabalham na cena do crime que chocou Campinas, onde um advogado foi morto esganado por matadores de aluguel (Alessandro Torres)

Policiais militares trabalham na cena do crime que chocou Campinas, onde um advogado foi morto esganado por matadores de aluguel (Alessandro Torres)

Os casos de homicídios e estupros em Campinas explodiram em fevereiro em relação a janeiro deste ano e também quando comparados a fevereiro do ano passado, segundo balanço divulgado no final da tarde de segunda-feira (27) pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP). Entre os dois primeiros meses 2023, os registros de assassinatos subiram 61,53% e os casos de violência sexual contra as mulheres, 29%. Os dados mostram também um acirramento desses crimes em fevereiro deste ano se comparados ao mesmo período de 2022. Neste caso, os homicídios e estupros saltaram 20% e 23%, respectivamente. Por outro lado, as estatísticas de roubos e furtos diminuiram. O diretor do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2 (Deinter 2), Fernando Manoel Bardi, atribui o aumento nos registros de homicídios e estupros ao período carnavalesco, uma vez que no ano passado os festejos de momo foram cancelados devido à pandemia.

De acordo com o balanço, em fevereiro deste ano, Campinas contabilizou 13 vítimas de homicídio - uma delas o bacharel em direito e sócio de um escritório na região do bairro Bosque, Cristiano Viana, que morreu estrangulado por matadores de aluguel a mando de um rival por motivos passionais. Em janeiro, foram registradas oito vítimas. Comparado a fevereiro de 2022, quando a cidade registrou 10 mortes, houve um aumento de 20%. Os casos de estupros saltaram de 21 para 27 entre janeiro e fevereiro deste ano. Em fevereiro do ano passado, 22 vítimas foram violentadas, enquanto que no mesmo mês deste ano foram 27 casos - um aumento de 22,73%.

Para explicar tamanha onda de violência, o delegado Fernando Manoel Bardi fez a sua análise. "O Carnaval é um dos 'catalisadores' dessas ocorrências, pois neste período do ano há um consumo excessivo de bebidas alcoólicas. O homicídio é um tipo de crime difícil de trabalhar com prevenção, mas a Polícia Civil trabalha muito para esclarecer os casos, tanto que dos 13 registrados em fevereiro, nove deles foram solucionados e, destes, sete autores foram presos", comentou Bardi. "A motivação dos homicídios é diferenciada. Vai desde vingança, passando por passional ao banal, por exemplo uma discussão em bar", acrescentou o diretor.

Entre os esclarecimentos referentes a homicídios, Bardi citou um crime que teve repercussão na cidade, que aconteceu no dia 24 de fevereiro, perto do Bosque dos Jequitibás. Segundo ele, com a ajuda da tecnologia disponível na cidade e cruzamento de informações dos policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) o caso foi solucionado em menos de um mês.

"Todos os casos são prioridades para a polícia. Mas as informações fornecidas ajudam no esclarecimento", frisou. "O aumento da violência doméstica e dos casos de estupros em fevereiro também estão dentro desse período diferenciado que é o Carnaval. Dos 21 casos de estupros, seis deles estão sob suspeita de falsa comunicação e estão sendo investigados", destacou Bardi.

Patrimônio

Segundo a estatística, o total de roubos em Campinas reduziu de 459 em janeiro para 362 em fevereiro deste ano. E de 438 em fevereiro de 2022 para 368 em fevereiro de 2023. A queda também foi registrada nos casos de roubos de cargas. Nesse caso, a quantidade foi de 13 para 6 de um mês para outro neste ano e de 14 em fevereiro de 2022 para 6 em fevereiro deste ano. Os furtos reistrados de um mês para o outro neste ano também registraram leve queda no índice. "De modo geral houve uma redução significativa nos crimes patrimoniais. Realizamos operações voltadas ao combate destes crimes durante o Carnaval, com plantões e policiamento ostensivo. O Goe (Grupo de Operações Especiais) esteve nas ruas neste período e ajudou. Pretendemos diminuir ainda mais", frisou.

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