Segundo o advogado da vítima, a mulher saiu da boate apressada para pegar um Uber, sem perceber que alguém a seguia (Reprodução)
A Polícia Civil de Campinas pediu nmesta sexta-feira (24) a prisão preventiva de um advogado de 53 anos acusado de espancar uma investidora de 40 anos, no dia 22 de maio, no bairro Cambuí. A mulher foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Dr. Mário Gatti, onde ficou dois dias na Unidade Terapia Intensiva (UTI), em estado grave. O advogado chegou a ser detido pela Polícia Militar (PM), mas negou a agressão e foi liberado.
A violência foi motivada por uma discussão entre mulheres em uma casa noturna, localizada na Rua Américo Brasiliense. Naquela noite, a vítima participava de uma festa de um amigo e teria esbarrado em uma mesa, derrubando a bebida de uma mulher. Ela se comprometeu a pagar a despesa, mas uma amiga da mulher se irritou e brigou com a investidora, que decidiu deixar o local.
“A mulher que começou a briga é esposa do advogado. Minha cliente saiu para pegar um Uber e estava tão abalada que saiu caminhando apressadamente, sem perceber que alguém a seguia”, contou o advogado da investidora, Herbert Cardoso.
A investidora foi seguida por três quarteirões, cerca de 260 metros, quando foi atacada pelas costas pelo advogado. O homem deu socos, derrubou a vítima no chão e deu chutes na cabeça e rosto dela.
Ele só parou as agressões quando testemunhas, que estavam em um estacionamento, correram para ajudá-la. “Uma testemunha achou que era uma briga de casal. Quando o suspeito saiu, essa testemunha o seguiu e anotou a placa do veículo dele, ligando então para a polícia e passando a informação”, contou Cardoso.
O advogado e a mulher foram detidos em frente à casa noturna e levados ao plantão do 1º Distrito Policial (DP). A mulher alegou que foi agredida pela vítima e o homem negou qualquer agressão da parte dele. Como não havia provas, o casal foi liberado e o boletim de ocorrência enviado para o 13º DP, que passou a investigar o caso. “O irmão da vítima voltou ao local onde ela foi espancada e achou uma pulseira com o nome do bar e o número da comanda, que foi confirmado ser do advogado e da esposa dele”, contou o investigador Fernando Carneiro.
Além da pulseira, a polícia também conseguiu imagens do todo o percurso feito pela vítima, com o agressor a seguindo. “Ouvimos duas testemunhas presenciais e três que estavam no bar e viram o advogado com a esposa dele”, disse Carneiro.
Com a identificação do agressor, o delegado André Schumutzler Moreira relatou o inquérito ao Ministério Público (MP) e pediu a preventiva do suspeito. O advogado é acusado de tentativa de feminicídio. “Minha cliente está traumatizada e quer justiça”, frisou Cardoso.