Campinas declara fim do estado de emergência para dengue; saiba o que muda

Medida teve início em 7 de março e facilitou ações extras para enfrentar período de maior transmissão da doença. Cidade segue em epidemia e Saúde mantém alerta de cuidados

Do Correio.com
14/06/2024 às 14:00.
Atualizado em 14/06/2024 às 14:00
A diretora do Devisa, Andrea Von Zuben, durante anúncio da revogação (Carlos Bassan)

A diretora do Devisa, Andrea Von Zuben, durante anúncio da revogação (Carlos Bassan)

A Prefeitura de Campinas declarou nesta sexta-feira, 14 de junho, o fim do estado de emergência para dengue. A medida havia sido decretada em 7 de março para permitir ações extras da Administração no enfrentamento à epidemia e assistência aos pacientes durante o período de maior transmissão da doença. O pico ocorreu entre 7 e 13 de abril.

O decreto para revogar a medida deve ser publicado em Diário Oficial na segunda, 17. Entre janeiro e quinta, 13, a Secretaria de Saúde registrou 107.557 casos e 37 mortes.

O QUE MUDA PARA A POPULAÇÃO?

O fim do estado de emergência está relacionado à capacidade de resposta do Município para enfrentamento da dengue. Neste momento, a Secretaria de Saúde constatou que há diminuição gradativa dos casos confirmados desde 5 de maio, por conta da redução das temperaturas. As estatísticas estão disponíveis para consulta no Painel Interativo de Arboviroses, pelo link: https://campinas.sp.gov.br/sites/arboviroses/painel-de-monitoramento

Para a população, portanto, isso significa inicialmente melhora no cenário epidemiológico.

A situação de emergência permitia ao Município adotar todas as medidas administrativas e assistenciais necessárias à contenção do aumento de casos de dengue. Isso garantiu, por três meses, maior agilidade na compra de insumos como soro e de materiais para nebulização, além do pagamento de horas extras para reforçar a assistência, neste caso por meio da abertura de mais centros de saúde ou ampliação de horário aos sábados.

Neste contexto, a análise técnica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), com pareceres do Departamento de Saúde (DS) e da Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência, é de que Campinas consegue realizar as ações de combate e prevenção à dengue, além de assistência em saúde aos pacientes, sem precisar de medida excepcional.

CASOS

janeiro – 3.993

fevereiro – 12.350

março – 28.644

abril – 33.528

maio – 26.725

junho – 1.278

(*até 11 de junho)


TAXA DE LETALIDADE*

Brasil: 3.993.254 casos, 3.643 óbitos e taxa de 0,09

Estado: 1.492.248 casos, 1.086 óbitos e taxa de 0,07

Campinas: 106.518 casos, 35 óbitos e taxa de 0,03

(*até 11 de junho)


A CIDADE CONTINUA EM EPIDEMIA? 

Campinas permanece em epidemia, uma vez que a ocorrência de casos de dengue segue acima do esperado e, portanto, corresponde a parâmetros técnicos para esta classificação.

"Houve uma queda expressiva de casos não se justificando mais as ações emergenciais, porém, ainda estamos em epidemia. Temos muitos casos e precisamos da população para controle de criadouros", destacou a diretora do Devisa, Andrea von Zuben.

Neste ano, a epidemia é nacional e dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história, e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, sobretudo por conta de sucessivas ondas de calor entre outubro e início de maio.

O QUE FOI FEITO E COMO FICA? 

A Secretaria de Saúde já previa uma nova epidemia desde o fim de 2023 e, por isso, foram desencadeadas diversas medidas para o enfrentamento da doença, sendo parte delas consideradas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à dengue e que acabaram copiadas por outros municípios, como uso de drones para tentar localizar grandes criadouros em imóveis que permanecem fechados ou em situação de abandono.

Além disso, a Administração fez um alerta de que o total de casos poderia ultrapassar a marca de 100 mil casos por conta do perfil inédito da epidemia deste ano.

O secretário de Saúde, Lair Zambon, enfatizou que a Pasta garantiu assistência para todos os pacientes com sintomas de dengue e, ao mesmo tempo, manteve condições para receber casos que envolvem as demais doenças, incluindo demandas represadas desde o período mais crítico da pandemia de covid-19. Entre os avanços, ele pontuou a consolidação do uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência.

Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebeu, via WhatsApp, mensagem do chatbot – assistente virtual Ana - que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. O sistema enviou 112.563 comunicados aos telefones dos pacientes e 38.676 usuários responderam. Neste grupo de interações, 13.784 (35,6% do total) foram orientados a retornar ao serviço de saúde.

"Isso mostra que, com a inteligência artificial, foi possível prevenir uma série de casos graves e até óbitos por dengue. Um em cada três pacientes apresentou sinal de alerta ou hidratação inadequada, ou até mesmo as duas situações, e foi orientado a ir até uma unidade de saúde para novo acompanhamento. Acreditamos que a popularização do recurso irá ampliar e qualificar cada vez mais o SUS Municipal", explicou Zambon.

Entre os pacientes que receberam comunicados com mensagem para procurar nova assistência, 11.470 relataram presença de sinais de alerta, e 1.218 sinalizaram falta de hidratação adequada. Já as duas situações foram mencionadas por 1.096 pacientes.

O desfecho óbito depende de fatores como procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e fatores individuais do paciente, como doenças preexistentes.

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