Os sapateiros de Franca deflagraram uma greve nesta terça-feira (26) por melhores salários. A categoria quer 10% de reajuste, mas as empresas oferecem 7,1%. A paralisação ocorre fábrica por fábrica e, de acordo com o sindicato da categoria, teria atingido cinco empresas com um total de 2 mil trabalhadores no primeiro dia do movimento.Das indústrias paralisadas, quatro ficam na região do Distrito Industrial e uma no Jardim Paulistano.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Sapateiros, Fábio Cândido da Silva, a greve vai continuar por tempo indeterminado até que haja uma nova proposta dos patrões. A intenção é ir parando mais fábricas e forçando acordos individuais até que todo o setor aceite pagar o índice reivindicado.
Em Franca, são cerca de 30 mil trabalhadores no setor calçadista em 447 empresas. O sindicalista diz que a greve vai atingir primeiro as indústrias maiores e, partir daí, chegará a todas as fábricas. Para pressionar os empresários, carros de som e faixas estão sendo utilizados nos horários de entrada dos empregados.
O Sindicato da Indústria de Franca informou em nota que mantém a proposta de 7,13% de aumento, sendo 6,63% de reposição inflacionária e 0,5% de aumento real. O piso salarial seria elevado de R$ 751,50 para R$ 805. E negou intransigência nas negociações. "Em nenhum momento a negociação foi interrompida", diz o comunicado.
Na região sul de Minas Gerais, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústria de Confecção, Calçados e Estamparias de Passos e Região concluiu negociação na semana passada para decidir o reajuste salarial dos sapateiros. Foi aceito o aumento de 7,7% sobre os salários, além de outros benefícios.