Troca de óleo ( Leandro Ferreira/AAN)
Todo motorista deve dar uma atenção especial à troca de óleo lubrificante, fluído responsável pelo bom funcionamento do motor. A falha no sistema de lubrificação pode ser notada por ruídos estranhos, superaquecimento, falhas na partida, perda de potência e aumento do consumo de combustível.Os produtos desenvolvidos atualmente são menos viscosos em relação aos óleos minerais do passado. Segundo explica o diretor do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa-SP), Antônio Gaspar de Oliveira, os óleos presentes no mercado são mais resistentes e podem ser usados por mais tempo.Para não errar na escolha do óleo ideal para o motor, equívoco que pode até afetar a garantia de fábrica, alerta Oliveira, cada montadora indica no manual do veículo os tipos recomendados de lubrificantes, conforme as especificações de cada motor. Até mesmo a quantidade necessária de óleo no cárter e o total consumido no processo de queima também são indicados pelos fabricantes.De acordo com Antônio Gaspar de Oliveira, um problema comum ocorre em motores que precisam de óleo com maior fluidez e grande velocidade de funcionamento que, no entanto, recebem um lubrificante menos viscoso. Nesse caso, pode ocorrer um problema no tucho hidráulico, peça responsável pela regulagem automática de folga das válvulas, o que consequentemente afetará também as válvulas e cabeçotes do motor.Cada fabricante indica, no mínimo, duas especificações de óleo para cada veículo. A sopa de letrinhas nas embalagens dos lubrificantes precisa ser lida com atenção e traz informações importantes sobre a finalidade do produto. Junto às letras e número aparece também a sigla SAE, que significa Society os Automotive Engineers (SAE), entidade que classifica internacionalmente os óleos de motores.Na DPaschoal, o engenheiro de serviços Leandro Vanni explica que o lubrificante que traz na embalagem a indicação 10W40 é um produto mutiviscoso, que é mais denso em baixa temperatura — 10W significa viscosidade 10 no frio (winter) — e 40 é o aumento do grau de viscosidade em alta temperatura. Óleos com a mesma especificação e de marcas diferentes podem ser misturados em situações de emergência.Muitas pessoas acreditam, equivocadamente, que óleo mineral deve ser trocado a cada 5 mil km rodados e óleos sintéticos no intervalo de 10 mil km. O que define o intervalo de troca é a recomendação da montadora e a forma como o carro é utilizado. Em média, os reservatórios de óleos de veículos populares têm capacidade para três a quatro litros.Gravidade ou sucçãoMétodo mais conhecido e utilizado para a troca de óleo, o esgotamento por gravidade é feito com o carro suspenso e o profissional abre o bujão do cárter e recolhe o lubrificante saturado. Outra maneira, explica o engenheiro de serviços da DPaschoal Leandro Vanni, é a sucção feita por um equipamento que aspira o óleo sem a necessidade de soltar o bujão do cárter. Uma recomendação após a retirada é a troca do anel de vedação do cárter para evitar vazamentos, além da troca do filtro, que retém cerca de meio litro, evitando que o lubrificante novo se misture ao velho.Após a colocação do óleo novo o motorista precisa verificar se o nível está correto. A marcação na vareta deve estar entre o mínimo e o máximo.Às sextas e sábados a troca de óleo movimenta o Auto Posto Cazzonatto, na Vila Nova, em Campinas. De acordo com o proprietário do autoposto, Antônio Cazzonato, o estabelecimento trabalha com dez marcas de lubrificantes. Foto: Leandro Ferreira/AAN Antônio Cazzonatto e a grande variedade de óleos lubrificantes Segundo Cazzonatto, a maioria dos clientes de carros antigos — com mais de 15 anos de fabricação —, opta por utilizar no veículo o óleo mineral e não se importam com a marca. Já os veículos mais novos são abastecidos com óleos mais finos — 10W40, 5W30 e 5W40 —, produtos que Cazzonatto considera como requintados. No local o preço dos óleos lubrificantes varia de R$ 15 a R$ 60 o litro.Três elevadores são usados para a troca pelo sistema de sucção, método que evita qualquer alteração no carro e, segundo Cazzonatto, é preferido pela maioria de seus clientes.