VIOLÊNCIA

Região de Campinas tem aumento em 8 tipos de crime

Roubo de cargas, a bancos e latrocínios foram os que mais cresceram, segundo dados da SSP

Cecília Polycarpo
igpaulista@rac.com.br
27/07/2013 às 09:52.
Atualizado em 25/04/2022 às 07:27
Policiais militares apreendem carga no Jardim Shangai, em Campinas: roubo a caminhões cresceu 100% ( Cedoc/RAC)

Policiais militares apreendem carga no Jardim Shangai, em Campinas: roubo a caminhões cresceu 100% ( Cedoc/RAC)

Oito dos dez principais índices de criminalidade subiram na Região Metropolitana de Campinas (RMC) nos seis primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período de 2012. Os números foram divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). Roubo de carga foi o crime que mais aumentou proporcionalmente na região, 102% (234 para 472), seguido de roubo a banco, 83% (6 para 11), latrocínio, 75% (8 para 14), e apreensão de drogas, com 26% (1.301 para 1.644). A região seguiu a tendência do Estado, que, em geral, registrou aumento no número de latrocínios. Na Capital, foram registrados 77 roubos seguidos de morte, o que representa um aumento de 37,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o total de casos ficou em 56. Os casos de apreensões de entorpecentes tiveram aumento expressivo em cidades pequenas, como Cosmópolis, onde o crime dobrou no período — passou de 14 para 29 —, e Nova Odessa, de 15 para 30. Indaiatuba também teve crescimento no índice de tráfico, com 124 ocorrências no primeiro semestre deste ano e 75 nos mesmos meses de 2012. Os casos de roubo aumentaram 12% na RMC, furto de veículos 8%, roubo de carros 6%, homicídio doloso 4% e furto simples 1,8%. Estupro foi o único crime que se manteve estável, com 377 casos no primeiro semestre de 2012 e 2013. Para combater os índices criminais crescentes na RMC, em fevereiro foi criado o Gabinete Metropolitano de Gestão Estratégica de Segurança Pública (Gamesp) da Região Metropolitana de Campinas, que reúne autoridades da área de Segurança pública municipal e estadual para que sejam discutidas e traçadas ações efetivas contra a violência. Porém, as ações práticas do gabinete continuam no papel e uma reunião marcada para acontecer na última segunda-feira, dia 22, foi ignorada pela SSP. Das últimas oito promessas feitas pelo Gamesp, só duas foram efetivadas. A última reunião ocorreu em maio, na Prefeitura de Campinas. Na data, foram anunciadas algumas medidas, entre elas, o início da regionalização de concursos públicos para a Polícia Civil — que deve aumentar o número de policiais da corporação, hoje um dos maiores gargalos da área de Segurança da região — e a compactação de veículos apreendidos e esquecidos nos pátios dos municípios. Segundo a SSP, a próxima prova já será regionalizada. O especialista em Segurança pública José Vicente da Silva afirmou que os índices indicam que as autoridades ainda são negligentes em crimes que atentam contra a vida e o patrimônio, uma das principais dificuldades da Polícia Militar hoje. “Roubo de carga, veículos e tráfico de drogas são todos crimes que pressupõem uma organização criminosa por trás, com ramificações. São crimes que precisam ser tratados com inteligência pela polícia.” Sobre o tráfico de drogas, Silva disse que o aumento do índice não significa necessariamente que o crime esteja aumentando, pois são computadas as apreensões da polícia. “Pode ser que a polícia esteja trabalhando de forma mais eficiente para desmantelar as quadrilhas.” Para o especialista, as redes criminosas estão usando propriedades rurais em cidades pequenas para guardar a droga. “Mas isso não quer dizer que as quadrilhas são de lá. Algumas apreensões são também em estradas que cortam esses municípios.” O Correio entrou em contato com a assessoria dos comandos de Policiamento do Interior 2, de Campinas, e 9, de Piracicaba, para comentar os dados, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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