As federações da Inglaterra e Espanha apoiam os clubes em relação ao calendário da Fifa. O Brasil pode ser prejudicado em fase importante das eliminatórias com a decisão
Os ingleses afirmam que quarentena obrigatória de 11 dias para pessoas vindas dos países da "lista vermelha" vai prejudicar os clubes. Os espanhóis não concordam com a mudança de 9 para 11 dias das eliminatórias da Conmebol (Fernando Bizerra/ Reuters)
Horas depois da Premier League, liga que organiza o Campeonato Inglês, anunciar que não liberaria os jogadores de países que fazem parte da "lista vermelha" do Reino Unido (risco de contaminação por covid-19), os clubes da Espanha, com o apoio de La Liga, adotaram, nesta terça-feira, a mesma posição.
"Em relação à decisão unilateral da Fifa de estender o calendário de jogos da Conmebol em setembro e outubro por dois dias, de 9 para 11 dias, ignorando as alternativas viáveis propostas pela Word Leagues Forum, LaLiga quer deixar claro que apoiará os clubes espanhóis que decidirem não liberar jogadores para obrigações internacionais com países da Conmebol. LaLiga tomará as medidas legais cabíveis, pois essa mudança afetará a disponibilidade dos jogadores para jogar em seus clubes, em evidente detrimento da integridade da competição", informou a LaLiga, que cuida do Campeonato Espanhol, em um comunicado.
Segundo a LaLiga, 25 jogadores de 13 clubes diferentes foram convocados por seus países, um número que pode aumentar quando Equador e Venezuela anunciarem seus convocados para as próximas partidas. "LaLiga considera que o calendário internacional de jogos não pode e não deve ser modificado desta forma, especialmente tendo em conta que existem alternativas viáveis."
Por fim, a entidade externou sua insatisfação com a situação e anunciou que vai marcar uma reunião com os clubes afetados nos próximos dias. "A LaLiga, por meio da World Leagues Forum, já deixou claro o seu descontentamento com este cenário e com a falta de consideração com os clubes no que diz respeito ao calendário de partidas internacionais, que é combinado com quatro anos de antecedência e que as ligas nacionais têm aceito e adaptado tendo em mente as circunstâncias relacionadas ao COVID, mas sempre de formas mutuamente acordadas por todas as partes envolvidas."