Especialistas se reúnem nesta sexta-feira para debater a introdução da telemedicina nas redes pública e privada (Divulgação)
Assustado com os sintomas de dores no peito - que em alguns casos podem suscitar cuidados maiores para se evitar complicações decorrentes da covid-19 -, o auxiliar de escritório Giliarde de Oliveira Santos, de 26 anos, procurou o atendimento médico do Centro de Saúde do Jardim Florence, no distrito do Campo Grande. Ao ser recepcionado na unidade, ele teve a grata surpresa de ter sido um dos primeiros moradores de Campinas a dispor do novíssimo sistema de teletriagem, ainda em fase de testes. Em uma sala dotada de modernos equipamentos de telemática, o paciente foi atendido via teleconferência por um médico, que estava no Hospital Dr. Mário Gatti, a 15 quilômetros de distância de Giliarde. Ao final da consulta de avaliação, realizada remotamente, o paciente pôde ir calmamente para casa após ser constatado por exames e avaliação clínica médica à distância, que ele não estava contaminado pelo coronavírus.
Giliarde ficou plenamente satisfeito com a triagem feita on-line, segundo as suas próprias palavras. Ele contou à reportagem do nosso jornal, que o médico pôde lhe fazer várias perguntas a respeito dos sintomas e de seu estado de saúde e, ao final, saiu com uma receita médica em mãos e o resultado negativo para covid, apenas acometido por uma síndrome gripal que, sazonalmente, ocorre com mais intensidade nesta época do ano. A experiência bem-sucedida de Giliarde com o atendimento telemático, em fase de testes, é o primeiro passo concreto para a futura revolução que o prefeito de Campinas, Dário Saadi, prentende implantar nos próximos meses no serviço de saúde pública municipal. A telemedicina, uma das promessas de campanha do alcaide, poderá vir a representar uma mudança de paradigma no suporte de saúde oferecido atualmente.
As carências de infraestrutura, recursos humanos, materiais e logística da rede poderão ser compensadas com a agilidade, economicidade e eficiência de um sistema de atendimento médico telemático, dado que muitas das avaliações, especialmente as de síndromes gripais, podem ser executadas por um profissional, mesmo à distância. No decorrer da consulta, caso o profissional detecte a necessidade de uma avaliação presencial, o paciente poderá ser encaminhado a um hospital. Claro que o sistema ainda será exaustivamente testado, tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos pacientes, mas ele tem tudo para contribuir para o aperfeiçoamento do serviço de suporte à saúde no município de Campinas.