O Aeroporto Internacional de Viracopos inaugurou nesta sexta-feira o Pier B (Gustavo Tilio)
Eleito pelos usuários o melhor aeroporto do Brasil em 2021 na categoria dos aeródromos que recebem acima de 10 milhões de passageiros por ano, o Aeroporto Internacional de Viracopos inaugurou nesta sexta-feira o Pier B, equipado com mais quatro pontes de embarque e desembarque, representando uma ampliação de 14 mil metros quadrados na área destinada ao trânsito de viajantes. Com um investimento de R$ 50 milhões, o terminal passa agora a contar com 28 pontes em operação, com capacidade de atendimento de 24 milhões de pessoas por ano, o dobro do movimento previsto para 2022, calculado em 12 milhões.
Chamado por um nome incomum e de origem incerta, Viracopos segue eliminando as barreiras que, ao longo de sua história, que remonta à década de 30 do século passado, impediam e ainda atrapalham os seus planos de expansão, reforçando o estigma de ser o eterno grande aeroporto do futuro. O outrora campo de pouso campineiro serviu de base militar para operações aéreas das forças paulistas na Revolução de 32. Encerrada a contenda, passou por um longo período de inatividade, até que, em 1960, transformou-se em aeroporto internacional, com a construção de uma pista de 2.700 metros, uma das maiores do Brasil e da América Latina. Dessa forma, foi homologado para receber aeronaves a jato, o que lhe permitiu acolher o movimento de voos internacionais de São Paulo até a inauguração do Aeroporto de Guarulhos em 20 de janeiro de 1985.
A construção do terminal numa região pantanosa de Guarulhos, sujeita à ocorrência de neblina, foi severamente criticada, dado que, em contraste, Viracopos situa-se em uma região bem mais favorável, o que lhe confere a vantagem de fechar poucas vezes ao ano por más condições climáticas. Ironicamente, o aeroporto de Guarulhos também é denominado Cumbica, nome em tupi-guarani que significa nuvem baixa, devido às fortes neblinas que ocorrem naquela área, prejudicando a visibilidade. De todo modo, Guarulhos acabou tirando o status de terminal de passageiros de Viracopos, que passou a operar somente com despacho de cargas. Passado mais um período de ostracismo, um potencial polo aeroviário ressurgiu em Campinas.
Agora, com as novíssimas pontes de embarque e desembarque e um investimento de R$ 16 milhões na reforma das pistas de pouso e decolagem e taxiamento, além da ampliação da praça de alimentação, Viracopos ganha a envergadura logística e estrutural necessária para se consolidar como a grande âncora do desenvolvimento econômico de Campinas, da Região Metropolitana e todo o interior paulista.