IGP-M

A Fundação Getúlio Vargas divulgou o IGP-M de maio que registrou uma alta de +0,89% no mês. Agora o IGP-M volta a subir com força, marcando a maior variação mensal dos últimos dois anos, depois de diversas variações negativas registradas nos últimos doze meses - emdoze meses, foram cinco nos quais o índice ficou no negativo. O mercado já esperava uma aceleração na inflação medida por este índice, mas o resultado veio acima da expectativa.

Acumulado

Ao longo de 2024, o IGP-M teve um mês de quase estabilidade (+0,07% em janeiro), dois meses de variação negativa (fevereiro e março, com quedas de -0,52% e -0,47%, respectivamente) e dois meses de variação positiva (abril e maio, com altas de +0,31% e +0,89%, respectivamente). No ano, o IGP-M acumula alta de +0,27% e nos últimos doze meses o acumulado está em -0,34%.

a frase

"Uma gema não pode ser polida sem fricção, nem um homem aperfeiçoado sem provações." Lucius Sêneca, filósofo romano

Acumulado 2

Muito provavelmente, a era do IGP-M acumulado negativo se encerra agora e já no próximo mês passaremos para campo positivo. A mudança deve ser rápida, porque sairão do histórico três fortes variações negativas do IGP-M ocorridas em meados de 2023. Ao fim de três meses, provavelmente já estaremos com um IPG-M acumulado superior a +3,5% ao ano.

Atacado

Em maio, o grande impulsionador do IGP-M foi o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que apresentou alta de +1,06%, depois de registrar variação de +0,29% em abril. O IPA representa 60% da variação do IGP-M e é um índice bastante sensível às condições do mercado, tanto internas como externas. Nos últimos doze meses, a variação do IPA está acumulada em -1,73%.

Estágios de Produção

Na variação mensal, os produtos industriais tiveram alta de +1,40% enquanto os produtos agropecuários apresentaram pequena variação de +0,11%. Nos diferentes estágios da produção, as matérias-primas brutas foram as grandes responsáveis pela aceleração, apresentando alta de +2,15% no mês. Bens intermediários tiveram elevação de +1,03% e os bens finais ficaram quase estáveis (alta de +0,06%).

Consumo

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de +0,44% em maio e acumula elevação de +2,96% nos últimos doze meses, com evolução semelhante à do IPCA e outros índice de inflação ao consumidor. As áreas que mais acumulam alta nos últimos doze meses são gastos com despesas diversas (+5,12%), educação (+4,09%) e saúde (+3,67%). Os gastos com alimentação registraram alta de +3,49% no mês. Construção O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve variação de +0,59% em maio. Nos últimos doze meses, o INCC acumula alta de +3,68%, com maior influência dos custos de mão de obra, que subiram +1,05% em maio e acumulam alta de +7,13% em doze meses. Materiais, equipamentos e serviços acumulam alta moderada de +1,09% em doze meses.

Variações

Os aumentos mais significativos do mês vieram de alguns alimentos in natura como a batata-inglesa (+23,3%), a cebola (+11,5%). Algumas commodities também tiveram grandes aumentos, como o farelo de soja (+9,6%), o minério de ferro (+8,2%) e o café em grão (+6,8%). Também teve destaque a variação da gasolina, que teve alta de +1,7%.

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Na construção, o maiores aumentos vieram de condutores elétricos (+5,9%) e damão de obra de carpinteiros (alta de +1,4%) e pedreiros (+1,2%). Pelo segundo mês consecutivo, a elevação dos condutores elétricos teve destaque, motivada pela alta no preço do cobre que está oscilando perto da máxima histórica, aos US$ 4,65 por libra (aumento de +25% desde meados de março). 

Dólar

Já me perguntaram se o IGP-M é influenciado pelo Dólar. A resposta é sim, mas não diretamente. O IPA, que mede preços ao produtor, sofre influência de commodities e também de insumos importados, cujos preços estão em Dólar e tornam-se mais caros para os produtores brasileiros quando o Dólar sobe. Por esta razão, a elevação do Dólar também tem impacto na medição do IGP-M.