(Gabriel Jabur/Agência Brasília)
A educação é um fator fundamental para o desenvolvimento econômico e social de qualquer país. Uma população que tem acesso a uma educação de qualidade tende a ser mais produtiva, inovadora e capaz de impulsionar o crescimento econômico de maneira sustentável. Produz-se mais e consegue-se uma renda melhor,mas os benefícios vão além dos impactos econômicos diretos, pois uma população melhor educada também faz escolhas melhores, tende a ser mais solidária, etc.
Gastos
No entanto, no Brasil, os resultados educacionais continuam a decepcionar, como pode ser visto no resultado dos alunos brasileiros no PISA, o exame internacional que avalia o desempenho de estudantes de 15 anos. O fraco desempenho acontece mesmo diante de um gasto público relativamente alto com educação,mostrando que o problema não está apenas na quantidade de recursos investidos,mas também na eficácia com que esses recursos são utilizados.
a frase
“É pelos atos e não pelas ideias que as pessoas vivem."
Anatole France, escritor francês
Gastos 2
Segundo dados do Banco Mundial e da UNESCO, em 2020, o gasto público em educação no Brasil ficou em 5,77% do PIB, um valor superior ao de muitos países desenvolvidos, como Alemanha (5,59%), Estados Unidos (5,44%), Itália (4,44%) e Reino Unido (5,50%). Apesar disso, os resultados obtidos pelo Brasil em avaliações internacionais, como o PISA, são significativamente inferiores aos desses países.
Ineficiência
A expansão da educação pública no Brasil, assim como em muitos países, começou a ganhar força no século XX, movida pelo reconhecimento de que a educação gera retornos sociais e econômicos positivos. No entanto, enquanto países desenvolvidos conseguem traduzir seus gastos em resultados na qualidade educacional, o Brasil parece preso em uma armadilha de ineficiência.
Ineficiência 2
A diferença entre as despesas públicas em educação (relativa ao PIB) e os resultados obtidos revela uma falha em transformar o gasto em educação em melhorias concretas na qualidade do ensino e no desempenho dos estudantes. A má gestão dos recursos, a falta de políticas educacionais eficazes e a ausência de um sistema adequado de avaliação contribuem para que o país não obtenha os resultados esperados.
Qualidade
Não basta apenas gastar, mas é preciso que o país avalie e ajuste continuamente suas políticas educacionais. As iniciativas que funcionam devem ser recompensadas e ampliadas, enquanto aquelas que falham devem ser corrigidas ou abandonadas. A experiência de outros países mostra que a alocação eficiente dos recursos, combinada com uma gestão eficaz e transparente, pode levar a melhorias significativas na educação.
Qualidade 2
Por exemplo, não basta aumentar o número de professores ou a infraestrutura escolar sem considerar a qualidade desses investimentos. Estudos mostram que a qualidade dos professores tem um impacto muito maior no desempenho dos alunos do que o número de alunos por professor. No entanto, políticas de formação continuada e valorização dos professores ainda são deficientes, duas estratégias que comprovadamente geram melhores resultados educacionais.
Crescimento
Outro fator que também precisa ser considerado é o crescimento do PIB. Se a economia brasileira estivesse crescendo a um ritmo acelerado, o percentual do PIB destinado à educação poderia parecer mais adequado em termos relativos. No entanto, o crescimento econômico do Brasil tem sido lento, o que inflaciona a proporção do PIB destinada à educação. Tudo faz parte da mesma armadilha de ineficiência.
Transformação
Os gastos públicos em educação são um exemplo de que o aumento de gastos por si só não é o suficiente para garantir os melhores resultados. O Brasil precisa focar na qualidade do gasto, na gestão eficiente dos recursos e na implementação de reformas que promovam um crescimento econômico mais robusto. Somente assim será possível transformar o investimento em educação, ou em outro campo, em um motor para o desenvolvimento e a prosperidade do país.