ARTIGO

Censura nunca mais

Jorge Alves de Lima
10/09/2024 às 13:37.
Atualizado em 10/09/2024 às 14:00

Domingo, dia 8 de setembro, os leitores do Correio Popular tiveram uma grande surpresa. Apareceu uma tarja vermelha com a palavra "censurado", cobrindo sua primeira página, a coluna Xeque-Mate, da segunda página, e a sexta páginainteira do jornal.

Na raiz da decisão, está a sentença de uma juíza eleitoral sobre uma representação apresentada pelos partidos que compõem a base do candidato a prefeito Rafa Zimbaldi, pedindo que fosse vedada a publicação de uma pesquisa eleitoral que punha o atual prefeito, Dario Saad, em primeiro lugar, na intenção de votos, e Rafa Zimbaldi, em segundo. A alegação era que teria havido irregularidades na pesquisa que deu origem a esses resultados. Em sua sentença, embora não tenha julgado o mérito da representação, a juíza determinou a suspensão da divulgação da pesquisa, levando o Correio Popular a retirar da edição do dia 8 toda a matéria relativa ao tema, já diagramada, substituindo o espaço vazio pela tarja vermelha.

Pois é! Parece a censura virou moda no Brasil. Começando pela impugnação e censura por Alexandre de Moraes das propagandas do principal adversário de Lula da Silva, em 2022, por ocasião da eleição presidencial, culminando na recente extinção, no país, do funcionamento da plataforma X, ex-twiter.

Por esse motivo, em meu nome, em nome do cargo que exerço como presidente da Academia Campinense de Letras e também em nome da própria Academia, venho manifestar o mais veemente repúdio a essa proibição. Que fosse publicada a pesquisa no jornal! Se houvesse suspeita de dolo, que o candidato prejudicado entrasse com direito de resposta, ou com outra pesquisa que julgasse mais idônea!

O que não podemos é concordar que a liberdade no Brasil esteja indo para o ralo. Não podemos concordar que haja presos políticos e brasileiros exilados em outros países. Não podemos concordar que cidadãos brasileiros tenham medo de verbalizar suas opiniões, por medo de um Alexandre de Moraes que, rasgando a nossa Constituição, prende, aplica multas estratosféricas e age, subterraneamente, para proteger um governo sabidamente socialista e cleptocrata, que está, dia a dia, alinhando o país ao pior que existe no planeta. Basta ver a atitude de Lula da Silva em relação ao ditador Maduro, recebido por ele, em tapete vermelho, em Brasília e incensado reiteradamente como um democrata incompreendido.

Para tomar pé da realidade do país, basta ter olhos de ver. Ver que, novamente, tivemos um 7 de setembro sem povo, em Brasília e, em São Paulo, uma multidão protestando contra a desordem constitucional e clamando pela anistia aos prisioneiros políticos no Brasil, chamados de golpistas, à revelia da realidade dos fatos.

A Academia Campinense de Letras é guardiã da língua portuguesa. E quer, por isso, que todos os campineiros, todos os brasileiros mantenham a prerrogativa de expressar seus pensamentos, quando e onde quiserem, sem medo de retaliações!

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