José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, faz um mês e pouco que está comendo e dormindo numa cadeia suíça. Depois daqueles sete a um que a seleção canarinho levou dos alemães, foi a única mudança real que aconteceu na CBF — antes que Marin a transformasse definitivamente em LBF — Lavanderia Brasileira de Futebol. Mensalão, petrolão, Lava Jato, já não ando com muito ânimo para acompanhar o dito futebol profissional daqui ou de qualquer lugar. Nem tanto pela despencada que a minha Gloriosa Ponte Preta vem sofrendo nos últimos jogos. Chato mesmo é ver que a cartolagem marqueteira ainda segue viva pelos quatro cantos do planeta, atrás de milionários contratos e pouco se lixando para a boa e velha torcida. Apenas para dar uma ideia do que acho da atual administração do nosso futebol, ouvi comentaristas esportivos da Band, e depois da Globo, reclamando a ausência de Guerrero e Emerson na partida entre Flamengo e Corinthians, ausentes por força contratual. E por que o Corinthians iria facilitar a vida do Flamengo ou de qualquer outro adversário, hein? Discussão tão idiota quanto os comentários que vieram a seguir, que o jogo era entre as duas maiores torcidas do mundo — existe alguma pesquisa séria para tanto? — e no ex-charmoso Maracanã menos de 27 mil apareceram para prestigiar uma partida de erros de passe e finalizações; um jogo de porrinha entre meninos seria mais emocionante. Maiores torcidas do mundo? Então tá. São Paulo e Coritiba, às 11 horas da manhã, levaram cerca de 60 mil torcedores ao Morumbi e viram Alexandre Pato fazer algo inusitado: marcar dois gols. Voltará a ser chamado de craque, é claro, coisa que nunca foi ou será. Sem medo de errar: Neto, o comentarista (e esse sim foi craque), vai dizer que o Pato merece um lugar na Seleção Brasileira. Resta saber se na seleção que levou sete dos alemães, ou na que acabou sendo eliminada da Copa América. Muitos estão comentando que as pequenas diferenças na pontuação do Brasileirão revelam que o campeonato está sendo muito difícil, muito equilibrado. Meus velhos neurônios e as minhas retinas cansadas, no entanto, me alertam que o futebol brasileiro está sendo nivelado... por baixo. Tento me convencer do contrário, mas, já não sonho mais como antigamente. Vivo apenas o futebol dos pesadelos.