O Ministério da Saúde divulgou ontem que o número de casos de dengue quase triplicou, porém os mais graves e as mortes diminuíram, na comparação entre as sete primeiras semanas de 2012 com as de 2013. Neste ano, até 16 de fevereiro, o Brasil registrou 204.650 casos de dengue, ante 70.489 no ano passado.
Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o aumento se deu por causa do DENV-4, conhecido como tipo 4 da doença, que, desde 2011, circula no país e também por causa da grande incidência do mosquito. “Toda vez que a gente tem um novo sorotipo em um lugar no qual nunca circulou ele encontra todo mundo suscetível. Em 2013, ele (tipo 4) atingiu municípios grandes e isso faz com que aumentasse o número de casos”, explicou Barbosa.
O DENV-4 corresponde a 52,6% das amostras encontradas no Brasil. O Ministério da Saúde acentua que a gravidade e os sintomas são iguais para os quatro tipos de vírus.
Mato Grosso do Sul, com o maior número de casos do Brasil, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso e Espírito Santo, com 173.072 registros, concentraram 84,6% dos casos nas sete primeiras semanas de 2013. Mato Grosso do Sul também tem a maior incidência da doença, 1.677,2 casos por 100 mil habitantes.
Comparando as primeiras sete semanas do ano de 2012 com 2103, o número de casos graves caiu 44% (de 577 para 324). No mesmo período, o numero de mortes caiu 20% (41 para 33). De acordo com o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liras), o lixo urbano foi o local com maior número de focos do mosquito da dengue nas Região Norte (46,1%), Centro-Oeste (43%) e Sul (44%). No Nordeste 76% dos focos foram encontrados no armazenamento de água.
Enquanto isso, no Sudeste a residência foi o local com maior concentração de focos (vasos de plantas, pneus). “Os dados mostram aos gestores a realidade dos municípios e permitem que eles façam uma intervenção”, ressaltou Jarbas Barbosa. “Estamos no começo do período de transmissão epidêmica, que vai até maio. É um momento de forte alerta”, frisou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.