O Papa Francisco participou, nesta sexta-feira, da tradicional cerimônia da Via Crucis no Coliseu de Roma, que este ano foi dedicada às escravas modernas, as prostitutas que trabalham nas ruas da Itália. O evento, que revive na tradição cristã o calvário de Jesus, desde sua condenação à morte até a crucificação, foi acompanhado pelo texto lido pela religiosa italiana Eugenia Bonetti, de 80 anos e que há 20 se dedica a atender as vítimas da escravidão sexual. Na leitura, Bonetti falou sobre os "novos crucificados da história", as escravas sexuais "utilizadas" e "condenadas por uma sociedade que se recusa a ver este tipo de exploração". Do lado de fora do anfiteatro, local de execução de cristãos durante o império romano, cerca de 20 mil pessoas acompanharam a cerimônia. Numa curta oração final, Francisco pediu pelas pessoas com fome ou abandonadas, mas também pelos "imigrantes que encontram as portas fechadas pelo medo e os corações blindados pelos cálculos políticos", além das "crianças, feridas em sua inocência".