"Quanta desigualdade, fome de comida e de verdades no mundo", exclamou neste sábado (8) à noite o Papa Francisco, denunciando os "vários ídolos" da época moderno e fazendo um apelo pela redescoberta dos "Dez mandamentos" da Bíblia.
Em uma mensagem de vídeo para uma multidão de fiéis reunida em Milão, dentro da iniciativa "Dez lugares para Dez mandamentos", o Papa dedicou pela primeira vez uma mensagem aos dez mandamentos confiados por Jeová a Moisés e sobre os quais se fundamenta o monoteísmo judaico-cristão.
A iniciativa foi lançada pelo movimento "A Renovação no Espírito Santo" em dez cidades italianas.
"Qual sentido essas palavras têm para nós? O que elas dizem para nossa época agitada que parece querer se livrar de Deus?", questionou.
"A palavra 'mandamento' não está na moda! Para o homem de hoje, ela revela um sentido negativo, a vontade de alguém que impõe limites, que colocam obstáculos à vida! E a História, igualmente recente, é marcada por tiranias, por ideologias, por lógicas que impuseram e oprimiram, que não procuraram o bem do homem, mas o poder, o sucesso, o lucro", acrescentou o Papa.
"Deixem-se guiar pelas dez palavras que iluminam e orientam. Esses dez mandamentos constituem um tipo de código ético", afirmou Francisco.
"Não devemos ver os dez mandamentos como limitações à liberdade, não, não é isso, devemos vê-los como indicações para a liberdade. Eles nos ensinam a evitar a escravidão à qual nos reduzem os tantos ídolos que construímos para nós mesmos".
"A verdadeira liberdade não é seguir nossas paixões cegas", lembrou o Sumo Pontífice.