NEGOCIAÇÕES À VISTA

Lira diz que vai trabalhar por candidatura ‘consensual’ para a presidência da Câmara

Atual comandante da Casa Legislativa afirma que não sabe se haverá chapa única, mas diz que eleito deverá preservar as atribuições dos parlamentares

Estadão Conteúdo
20/07/2024 às 09:12.
Atualizado em 20/07/2024 às 09:12

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que iniciará as articulações para a sua sucessão na volta do recesso parlamentar, em agosto (Mário Agra/Camara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na manhã de ontem, em entrevista à GloboNews, que pretende trabalhar para uma candidatura consensual na sucessão à presidência da Casa Legislativa. Apesar da afirmativa, ponderou: "não afirmamos que vamos ter candidatura única". O novo dirigente comandará a Câmara a partir do ano que vem.

Sobre a possível interferência do presidente da República nessa escolha, já que o presidente da Câmara é peça fundamental na relação com o governo, Lira disse: "Lula sempre deixou claro que não queria se meter na sucessão da Câmara". Lira confirmou que pretende articular a sucessão do comando da Casa Legislativa em agosto, na volta do recesso do Congresso Nacional. 

A eleição para o comando da Câmara será em fevereiro de 2025. E argumentou que o ideal é a escolha de um nome que dê continuidade aos trabalhos que a Casa já vem executando, por isso o foco não é em "uma pessoa específica". "Escolherei candidato a sucessor que preserve as atribuições da Câmara", destacou. 

Na entrevista, falou da amizade "mais próxima" que tem com um dos concorrentes ao posto, o deputado Elmar Nascimento (União-BA), por isso, na sua avaliação, a imprensa diz que ele é o seu preferido. "Se dependesse do meu voto, talvez ele fosse o escolhido, mas a Casa é democrática", frisou, complementando que é preciso respeitar a vontade da maioria. 

Segundo Lira, os nomes que despontam com mais competitividade à sua sucessão, além de Elmar, os deputados Antonio Brito (PSDBA) e Marcos Pereira (Republicanos), "são muito parceiros". Por isso acredita que deverá sair um nome de consenso deste bloco, que engloba a maioria dos partidos da Casa, com exceção de PSOL, Rede e Novo. 

Na entrevista, o presidente da Câmara voltou a dizer que o governo do presidente Lula não teve nenhuma dificuldade nas pautas de votações na Câmara. Contudo, lembrou que é preciso levar em conta que o Congresso Nacional tem um perfil mais conservador. 

HADDAD 

De acordo com o presidente da Câmara, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem o apreço dos parlamentares, além de papel decisivo na interlocução entre governo e Congresso Nacional nas pautas econômicas. "É importante a gente ressaltar sempre que o ministro Haddad tem muito carinho, tem muita atenção, tem muita interlocução com o Congresso Nacional", disse, acrescentando que o ministro tem sido fundamental para o avanço da pauta econômica, na relação da Câmara com o governo federal. 

A fala de Lira sublinha a importância do diálogo constante e da cooperação entre os diferentes poderes, com Fernando Haddad sendo uma peça-chave para assegurar a harmonia e a eficácia das ações governamentais, como ele mesmo apontou na entrevista. "Ele é quem tem que falar para o presidente, com o presidente, e as decisões saiam dali com relação ao que ele está enxergando de maior dificuldade, de maior facilidade, para que o Brasil cumpra as metas traçadas no arcabouço fiscal", completou. 

Sobre a tratativa de ações do governo com o Haddad, o presidente da Câmara mencionou a necessidade de equilíbrio e estratégia nas negociações. "Muitas vezes a gente chega a dizer: "Haddad, aguente aí, porque às vezes você vem muito para linha de frente e às vezes tem que dizer não ou sim, bota sempre um interlocutor no meio primeiro para a gente conseguir arredondar alguns textos". E destacou que "as discussões daqui para frente são contenção de setores e cortes planejados de despesas". 

PADILHA 

Quanto à relação que mantém com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lira disse que as conversações deputados com o governo "voltou à normalidade". "Eu mal falo com - e da - articulação política do governo. Quando me posicionei, foi porque o clima estava chegando em um nível que eu fazia a seguinte análise: um presidente da Câmara que veio de uma posição antagônica, que dá o apoio que eu dou a um governo que precisa de uma maioria que não tem, e o tempo todo é vítima de matérias mentirosas, fake news plantadas por quem não deve? A articulação estava do avesso." 

O presidente da Câmara disse também que o colégio de líderes errou na discussão do projeto de lei que equipara aborto após a 22ª semana a crime de homicídio, destacando: "A única coisa que acontece com um projeto que tramita em urgência é ele sair da discussão nas comissões", e complementou: "O Colégio errou quando não viu o resto do projeto, que deu uma versão horrenda a uma discussão que todos nós temos aversão". E defendeu "cadeiras cativas para mulheres no Congresso, Assembleias e Câmaras Municipais". 

Sobre as emendas PIX, Lira defendeu que elas tenham objetivo definido. Ele falou também sobre a MP da energia, destacando: "Agora, você ter uma negociação e dois dias depois ter uma medida provisória editada que interfere direto nessa negociação, causa espécie, causou preocupação, causa distorção". E criticou a hipótese de aumento de custos aos consumidores.

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