Joe Biden, um dos principais pré-candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos, foi alvo de muitas críticas nesta quarta-feira por apoiar uma controvertida emenda sobre o aborto, que muitos membros de seu partido querem derrubar
Joe Biden, um dos principais pré-candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos, foi alvo de muitas críticas nesta quarta-feira por apoiar uma controvertida emenda sobre o aborto, que muitos membros de seu partido querem derrubar. As críticas surgiram quando a equipe de campanha de Biden confirmou à imprensa americana que o pré-candidato apoia a emenda Hyde, que proíbe financiamento dos abortos com verbas federais salvo nos casos de gravidez que ponham em perigo à mãe ou aqueles provocados por um estupro ou incesto. Essas declarações surgem em plena ofensiva conservadora contra o direito ao aborto nos Estados Unidos e num momento em que os meios de comunicação observam os atos e as palavras do político de 76 anos, favorito da lista democrata, segundo as pesquisas."Devemos derrubar a emenda Hyde", reagiu o senador independente Bernie Sanders, que as pesquisas o colocam em segundo lugar na carrida pela indicação democrata. Como Sanders, a maioria dos principais candidatos às primárias democratas evitou pronunciar o nome de Joe Biden, apesar de ter ficado claro que era o objeto de suas críticas. "Não apoio a emenda Hyde e lutarei por sua derrubada", declarou à imprensa a senadora progressista Elizabeth Warren, terceira nas pesquisas. A opinião do católico Biden também gerou ataques de ativistas. "Não há nenhuma desculpa política ou ideológica para o apoio de Joe Biden à emenda Hyde, que reflete discriminações contra as mulheres pobres", publicou no Twitter a associação Naral, que defende o direito ao aborto. Essa emenda foi aprovada em 1976 após a decisão da Corte Suprema Roe contra Wade, que legalizou em 1973 o direito ao aborto nos Estados Unidos. Os defensores do direito ao aborto afirmam que a emenda Hyde e medidas como o fechamento das clínicas locais de saúde reprodutiva afetam principalmente a população mais pobre, por não ter como arcar com os custos de uma interrupção da gravidez. O canal NBC encontrou uma carta de 1994 que o então senador Joe Biden enviou a um eleitor. "Seguirei o princípio que me guiou durante meus 21 anos no Senado: aqueles que se opõem ao aborto entre nós não devem ser obrigados a financiá-los", escreveu. elc/sdu/gma/ll/lca