O ciclone Keneth causou a morte de pelo menos cinco pessoas durante sua passagem pelo extremo norte de Moçambique, segundo um balanço anunciado neste sábado (27) pelo primeiro-ministro do país africano, Carlos do Rosário, logo após chegar à região onde cai uma forte chuva, provocando medo de inundações. O ciclone destruiu parcialmente ou completamente 3.300 casas, de acordo com o Instituto de Gestão de Situações de Emergência (INGC) do país. Cerca de 18 mil pessoas encontraram refúgio em abrigos de emergência. Com rajadas de vento de 280 km/h e acúmulo de chuva de 100 a 150 mm de água em 24 horas, o Kenneth atingiu o território moçambicano com força extrema, superior à do ciclone Idai, que em 14 de março provocou cerca de mil mortes no centro do país e no Zimbábue, além de desabrigar centenas de milhares de pessoas. Neste sábado, já rebaixado a uma depressão tropical, foi "bloqueado" na província moçambicana de Cabo Delgado, onde deve permanecer por "pelo menos dois dias", de acordo com o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). "Esperamos fortes chuvas nos próximos dias", alertou o OCHA, que "pode causar grandes inundações em Cabo Delgado". Na manhã deste sábado, os serviços de resgate, principalmente militares brasileiros, do OCHA e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) chegaram a Pemba, capital de Cabo Delgado, para "avaliar a situação", explicou Kleber Castro, dos serviços de resgate brasileiros.