Duas crianças morreram, uma mulher grávida e outra criança estão desaparecidas e cerca de 12 mil pessoas foram evacuadas por inundações no norte da Argentina - informaram nesta segunda-feira (10) a polícia e as autoridades locais. Na província de Salta, que faz fronteira com a Bolívia, o drama começou quando uma caminhonete com nove pessoas a bordo tentou cruzar um rio que transbordou nos últimos dias por conta da forte chuva. "O veículo foi arrastado pela correnteza e duas crianças se afogaram, enquanto uma mulher grávida e outra criança estão desparecidas", disse à AFP uma porta-voz da polícia de Salta. Os corpos dos dois meninos mortos - menores de cinco anos - foram encontrados enquanto o restante dos passageiros foram transferidos para um hospital e estão em observação, disse a mesma fonte. Na província vizinha de Tucumán, as autoridades ordenaram nesta segunda-feira a evacuação total de dois povoados de cerca de 12.000 pessoas, por conta das graves inundações. "Esperamos graves problemas em Lamadrid e Graneros. Vamos tentar evacuar todos", afirmou em coletiva de imprensa o governador provincial José Alperovich.Lamadrid e Graneros estão a cerca de 120 km da capital da província (1.312 km ao norte de Buenos Aires).As chuvas torrenciais dos últimos dias obrigaram a abertura de todas as comportas do dique Escaba, sobre o rio Marapa, e essa massa de água se desloca para as áreas evacuadas.As autoridades ordenaram a abertura das comportas porque havia a segurança da represa estava em perigo, disse Fernando Torres, titular da Defesa Civil provincial ao canal de notícias TN.Em 1992 e em 2000, Lamadrid já havia ficado debaixo d'água pela cheia do rio Medinas e milhares de pessoas tiveram que deixar suas casas de forma emergencial. No sul de Tucumán, onde as inundações não dava trégua, as aulas foram suspendidas. Na semana passada, cerca de 6.000 pessoas tiveram que abandonar temporariamente suas casas nas províncias centrais de Córdoba, Santa Fé, San Luis e Santiago del Estero.Organizações ambientalistas, como o Greenpeace, atribuíram as inundações à perda "de grande parte dos bosques nativos pelo avanço desenfreado da fronteira agropecuária, o que tornou a região muito mais vulnerável às intensas precipitações".