INTERNACIONAL

Cessar-fogo entre Israel e Hezbollah entra em vigor no Líbano após noite de bombardeios em sua capit

Trégua promete pausa no conflito que devastou o Líbano, deixando milhares de mortos, feridos e deslocados

BProjects
27/11/2024 às 15:49.
Atualizado em 27/11/2024 às 16:17
 (Reprodução Lebanon Times)

(Reprodução Lebanon Times)

O cessar-fogo na guerra entre Israel e a milícia radical xiita Hezbollah entrou em vigor nesta quarta-feira, 27, no Líbano, após mais de um ano de confrontos.

A trégua foi iniciada às 4 horas da quarta (às 23 horas de terça-feira em Brasília) e deve cessar, inicialmente por 60 dias, um conflito que, apenas no Líbano, causou a morte de mais de 3.000 pessoas, deixou 13.492 feridos e deslocou forçadamente mais de 60.000 pessoas.

Ao longo do conflito, grandes áreas do Líbano foram devastadas pelos bombardeios israelenses, cujas forças realizaram incursões no território libanês para supostamente enfrentar os combatentes do Hezbollah.

O início dos 13 meses de bombardeios foi com os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, com apoio do grupo terrorista Hezbollah, que lançou mísseis contra o Norte de Israel e assim gerou a série interminável de bombardeios.

Depois de muitas críticas internacionais vindas tanto de instituições quanto de governos, com relação aos supostos crimes de guerra do primeiro-ministro israelense, foi expedido um pedido de prisão pelos juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) em 21 de novembro.

Os mandados de prisão foram emitidos contra Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o comandante militar do Hamas, Mohammed Deif.

Em declaração oficial, o TPI afirma que um painel pré-julgamento rejeitou as objeções de Israel à jurisdição do tribunal e emitiu mandados contra Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant.

Os juízes afirmaram que os três homens têm "responsabilidade criminal" por supostos crimes de guerra e também crimes contra a humanidade durante a guerra entre Israel e o Hamas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o da França, Emmanuel Macron, afirmaram em declaração conjunta que “o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo Hezbollah no Líbano fornecerá as condições necessárias para o retorno da calma na região”.

Netanyahu conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e agradeceu o envolvimento para que um acordo fosse alcançado, informou o gabinete do primeiro-ministro israelense.

Para o primeiro-ministro libanês, Nayib Mikati, a trégua representa um "passo fundamental" para a estabilidade regional.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que a trégua permitirá às forças israelenses se concentrarem nas tensões com o Irã e na guerra contra o Hamas em Gaza.

Além da guerra no Líbano, Israel combate o Hamas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, após o ataque do grupo terrorista no sul de seu território. Tanto o Hamas quanto o Hezbollah são apoiados pelo Irã.

O Irã celebrou o fim do que classificou como "agressão israelense" no Líbano. "O Irã saúda a notícia do fim da agressão do regime sionista contra o Líbano e apoia firmemente o governo, a nação e a resistência libanesa", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Esmail Baqai, em comunicado.

A duração do cessar-fogo dependerá do que acontecer no Líbano, e Israel manterá, em acordo com os Estados Unidos, uma liberdade de ação no país.
“À sombra do cessar-fogo iminente, o Líbano prepara-se para uma última noite de violência, já que se espera que Israel intensifique os seus ataques antes que o cessar-fogo entre em vigor, às 10h00 de amanhã.

O país, com as suas cicatrizes já profundas, enfrenta outro capítulo cruel – uma hora de dor, incerteza e sofrimento antes que a frágil pausa nas hostilidades possa começar.

No entanto, mesmo quando as bombas caem e os ecos da destruição reverberam pelo país, permanece uma verdade inegável: o Líbano já resistiu a provações inimagináveis no passado.

É uma terra construída sobre resiliência, um lugar que conhece tanto a dor da perda como a força que a segue.

O cessar-fogo, embora incerto nas suas promessas, oferece um lampejo de esperança no meio do caos – um breve momento em que a paz pode criar raízes, ainda que passageira.

À medida que o sol nascer amanhã, o mundo observará, prendendo a respiração.

Para o Líbano, o cessar-fogo será um presente agridoce, uma trégua temporária, mas que encerra a possibilidade de cura.

No silêncio que se segue, entre os escombros e a dor, o coração do país baterá, cada vez mais forte, cada vez mais determinado a reconstruir.

Embora a dor possa intensificar-se nestas horas finais, o espírito inabalável do Líbano perdurará sempre.”

Moradores retornam para o sul do país

Horas antes do cessar-fogo entrar em vigor, Israel lançou ataques aéreos no centro da capital libanesa, Beirute, e uma saraivada de foguetes do Hezbollah disparou sirenes de ataque aéreo em uma grande faixa do norte de Israel.

Apesar disso, depois que o acordo entrou em vigor, os ataques mútuos cessaram, e grupos de libaneses voltaram para casa na região sul.

O porta-voz militar árabe de Israel, Avichay Adraee, alertou os libaneses deslocados para não retornarem às suas aldeias no sul do Líbano.

Militares libaneses pediram aos deslocados que retornam ao sul do Líbano para evitarem aldeias e cidades da linha de frente perto da fronteira, onde as tropas israelenses ainda estavam presentes.

Mesmo assim, alguns libaneses desafiaram esses apelos e retornaram para vilas no sul, perto da cidade costeira de Tiro.

Tropas israelenses ainda estavam presentes em partes do sul do Líbano depois que Israel lançou uma invasão terrestre em outubro.

Pelo menos 12 pessoas foram confirmadas como mortas no ataque matinal dos militares israelenses à escola al-Tabin da cidade de Gaza, de acordo com a agência de notícias Wafa. Mulheres e crianças estão entre as vítimas, afirmou, citando fontes médicas locais. Entretanto, no sul do território, na zona de al-Qarara, perto de Khan Younis, um recente ataque israelense matou mais duas pessoas, segundo os repórteres de campo da rede Al Jazeera.

*Com informações de Agências Internacionais e Estadão Conteúdos. 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo Correio PopularLogotipo Correio Popular
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por