Arma de fogo (Reprodução)
O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que prepara três decretos para facilitar o acesso a armas de fogo a grupos de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs).
Ao conversar com apoiadores que o esperavam nas imediações do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que houve crescimento recorde na venda de armamentos, mas destacou que a alta precisa ser mais robusta. "Nós batemos recorde no ano passado, em relação a 2019. Mais de 90% na venda de armas. Está pouco ainda, tem que aumentar mais. O cidadão de bem, há muito tempo, foi desarmado", disse ele.
Segundo a Polícia Federal, 179.771 novas armas foram registradas no País 2020, o que representa aumento de 91% em comparação a 2019.
O presidente foi questionado por um dos apoiadores sobre novos decretos de interesse dos CACs e respondeu que deve publicar as normas ainda nesta semana. "Tem três decretos para sair. Acho que saem essa semana, dois ou três decretos. Eu não posso ir além da lei, vai facilitar mais coisas para vocês", afirmou.
Envolvido na disputa para emplacar aliados na eleição à presidência do Congresso, em fevereiro, Bolsonaro levou o tema aos apoiadores. Disse que a tramitação do projeto que pretende aprovar sobre o tema dependerá do próximo presidente da Câmara. Bolsonaro apoia a candidatura do deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), chefe do Centrão. O principal adversário de Lira é Baleia Rossi (MDB-SP).
O presidente encerrou dizendo a um dos apoiadores que se apresentou como caminhoneiro que, se dependesse só dele, a categoria "teria porte de arma há muito tempo".
O vídeo com as declarações foi publicado em um canal bolsonarista no YouTube. Bolsonaro cumprimentou seguidores e posou para fotos com aliados e não tratou da Covid-19 durante a interação, apesar de o País ter registrado mais de 200 mil mortes pela doença. Além disso, o governo vem sendo criticado em relação à demora no início da vacinação. Ele e os apoiadores que aparecem na gravação não usavam máscaras.
O governo vem tomando uma série de medidas para ampliar o acesso de pessoas comuns a armas de fogo. Para o presidente, a população fica mais segura quando cidadãos estão armados. Uma das providências mais polêmicas foi a revogação de três portarias do Exército que dificultavam o acesso do crime organizado a munições e armamentos extraviados das forças policiais.
Nação mais de 90% cristã
Em clima de campanha, o presidente Jair Bolsonaro ressaltou, no evento em comemoração aos 100 anos da Caixa Econômica Federal, a religiosidade dos membros do seu governo. "Como é bom estar na frente de uma nação que mais de 90% do povo é cristão. O Estado é laico, mas seu presidente e seu ministério são cristãos. Quem diria, temos ministros terrivelmente católicos e três pastores entre nós", disse. Além da religião, Bolsonaro recorreu à sua defesa pela liberdade da população. "A liberdade não tem preço, quem vai mudar o Brasil não será um homem ou uma mulher, mas todos nós. Estamos aqui porque acreditamos em Deus", declarou.