Na Irlanda, o aborto é permitido apenas quando a vida da mãe corre perigo - e não apenas sua saúde - e a proibição é aplicada até mesmo em casos de estupro
A restritiva lei sobre o aborto na Irlanda coloca em perigo a vida das mulheres, afirmou a Anistia Internacional (AI) no lançamento de uma campanha mundial para que Dublin modifique o texto.Na Irlanda, o aborto é permitido apenas quando a vida da mãe corre perigo - e não apenas sua saúde - e a proibição é aplicada até mesmo em casos de estupro, incesto e problemas com o feto considerados fatais.Como parte da campanha "Meu corpo, meus direitos", a AI pede a Irlanda que modifique sua legislação para que as mulheres e as adolescentes possam abortar "pelo menos" nestes casos."Os direitos humanos das mulheres e adolescentes são violados diariamente por uma Constituição que as trata como simples portadoras de crianças", afirmou o secretário-geral do grupo de defesa dos direitos humanos, Salil Shetty.O aborto é um tema que provoca uma profunda divisão na Irlanda, um país tradicionalmente católico, e sempre gera um intenso debate público.A Anistia calcula que 177.000 mulheres e adolescentes viajaram da Irlanda para a Inglaterra e Gales para abortar desde 1971. Em 2013, pelo menos 3.679 fizeram a viagem, segundo o departamento britânico de saúde.