A administradora de empresas Eva Simão Silva, de 54 anos, foi encontrada morta com quatro tiros — um na testa, dois no rosto e um no antebraço — em um canavial da Fazenda Argentina, atrás do CPqD, em Campinas, no final da tarde de sexta-feira (22). Eva estava desaparecida desde a noite de quinta, após ser rendida e sequestrada junto do marido, um engenheiro civil de 59 anos, por dois homens quando transitava de carro entre as ruas Paula Bueno e Doutor Osvaldo Cruz, no bairro Taquaral, perto do condomínio onde moravam. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial (DP) a princípio como latrocínio — roubo seguido de morte —, mas será investigado pelo Setor de Homicídio, já que o crime apresenta situações duvidosas, como o fato de que no início deste mês o casal já ter sido rendido por um bandido armado na garagem do prédio onde morava e levado em um sequestro-relâmpago que foi abortado porque o criminoso se perdeu dos comparsas. Segundo relatos do engenheiro à polícia, na noite de quinta-feira o casal estava no carro da família, um Fiesta, quando um Palio de cor clara com dois homens dentro bateu em sua traseira. Ao parar para ver o que tinha acontecido, o engenheiro foi rendido por um dos criminosos que o mandou entrar e dirigir o veículo até as proximidades do Polo II de Alta Tecnologia, onde ele foi transferido para o Palio e Eva foi mantida no Fiesta. Os carros seguiram em direções diferentes. O engenheiro foi levado até uma agência bancária na Rua Luiz Otávio, onde foi obrigado a sacar R$ 700. Depois, o bandido disse que o deixaria no mesmo local onde estava a mulher e o liberou próximo ao Restaurante Lenha no Fogão, na Fazenda Santa Cândida, mas Eva não estava lá. O corpo de Eva foi achado por volta das 15h30 de sexta-feira por um caseiro, perto de uma caixa d’água, no meio de um canavial. Ao lado dela havia uma bolsinha com o cartão bancário e um celular. Segundo a polícia, a mulher foi descrita como geniosa. “Pode ser que ela reagiu e o bandido tenha ficado nervoso. Tudo será apurado”, disse um policial que não quis ser identificado. A perícia técnica foi chamada e recolheu material genético da unha e amostras de sangue da vítima para verificar se houve luta corporal. O carro do casal não foi achado até a tarde deste sábado (23). A polícia também requisitou imagens de locais por onde o casal passou com o veículo durante a ação. Primeiro roubo No dia 5 deste mês, o casal registrou boletim de ocorrência de roubo de veículo. Na época, as vítimas alegaram que saíam da garagem quando foram atacadas por um bandido armado. Um Palio branco dava cobertura e em determinado momento da ação ele se perdeu. Então o bandido mandou que o engenheiro seguisse sentido Rodovia D. Pedro I até proximidades do Condomínio Alphaville, onde os abandonou. O criminoso fugiu com documentos e o Fiesta, que foi achado dois dias depois na Fazenda Santa Cândida.