O Irã não enviará ao Exterior seu estoque de urânio enriquecido, declarou neste domingo (13) Abas Araghshi, chefe dos negociadores nucleares iranianos, antes de negociações em Genebra com as grandes potências. "A linha vermelha do Irã nas negociações é o enriquecimento de urânio (...) Podemos falar da forma, da quantidade e do nível de enriquecimento, mas o envio de nossa produção (de urânio) ao Exterior é nossa linha vermelha", declarou Araghshi, vice-ministro das Relações Exteriores, citado pela rede de televisão estatal. Aragshi participará na terça (15) e na quarta-feira (15) em Genebra de uma negociação com as grandes potências, a primeira desde que o presidente iraniano, Hassan Rohani, um moderado, assumiu o poder em agosto. Segundo o último relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), publicado no fim de agosto, o Irã possui 6.774 quilos de urânio enriquecido a 3,5% e 186 kg de urânio a 20%. Também transformou outros 187 kg de urânio enriquecido a 20% em barras de combustível. As potências ocidentais e Israel acusam Teerã de querer se dotar de uma bomba nuclear, mas a República Islâmica nega firmemente a acusação e afirma que seu programa nuclear é apenas civil. Araghshi reafirmou neste domingo que seu país "recorrerá a todos os seus direitos para dominar a tecnologia nuclear civil e, em particular, o enriquecimento de urânio". Os representantes do Irã e do chamado grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia e Alemanha) vão se reunir na terça e na quarta-feira em Genebra para reativar as negociações nucleares, interrompidas desde abril. Araghshi disse que o Irã "apresentará seu plano" e espera "alcançar um acordo em um prazo razoável". Veja também Organização contra Armas Químicas vence o Nobel da Paz Prêmio recompensa a OPAQ, organismo apoiado pela ONU, por "esforços em eliminar armas químicas" Inspetores de desarmamento reiniciam os trabalhos A missão, sem precedentes em um país em guerra, é realizada com a maior discrição possível
