ZEZA AMARAL

Futebol de fubeca

Zeza Amaral
21/07/2015 às 00:09.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:12

Com a cúpula da Fifa detida para maiores investigações, sem contar com a cartolagem da CBF, José Maria Marin, por exemplo, comendo marmita em uma prisão suíça, o futebol brasileiro desce ladeira abaixo, com os seus principais clubes devendo bilhões de reais aos cofres públicos e batendo uma bolinha murcha. Já disse, e reitero, o que falta ao futebol do Brasil é vergonha política e um ministério público que faça valer as leis do País. É uma gandaia só o que a baixa cartolagem promove no País: clubes viraram lavanderia e seus colarinhos seguem limpos. Conveniências de negócios com patrocinadores e emissoras de comunicação são um assalto contra os torcedores que bem gostariam de estar em um campo de futebol e não diante da televisão, sentados em suas poltronas preferidas, segurando um controle remoto, mas, sim, com um pacote de pipoca murcha na mão. Nada se aprende neste País. Levamos sete a um na Copa do Mundo e também caímos fora da Copa América. Dunga segue técnico da seleção e sabe-se se lá o que vem por aí. Os cachorros ladram e o dono da caravana se acha o único a chegar a seu destino. Qual? — E nem ele mesmo sabe. Cerca de 35 bilhões de reais dos cofres públicos foram gastos para preparar doze estádios para acomodar a Copa de 2014 e os principais dirigentes da Fifa estão comendo marmita em cadeias suíças. Lulla, o pai da encrenca, diz que não tem nada com isso. Digo isso porque, diante da tabela do Campeonato Brasileiro, diante dos jogos que assistimos, tudo leva a crer que uma partida de bola de gude seria mais emocionante. A impressão é que uma motoniveladora petista passou em cima do nosso futebol e deixou tudo mais rasteiro do que umbigo de cobra — mas bem sei que os procuradores de justiça da Suíça saberão diferenciá-los dos ratos que habitam os porões do nosso futebol. Flávio Iared, advogado e educador, saudoso amigo corintiano de muitas tertúlias futebolísticas, me aconselhava a trocar o futebol pela fubeca. Dizia ele que um jogador que ganhava por mês o que um torcedor levaria dez anos para ganhar, não podia errar um passe de cinco metros e, tampouco, bater um escanteio no tornozelo de um zagueiro adversário. Acho que vou seguir seu conselho: vou curtir bolinha de gude.

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