Salto homenageou o patriarca dessa numerosa família dando o nome de uma rua para ele
Neste domingo (16), vão se reunir em uma chácara, em Itu, para um churrasco, 109 pessoas de uma mesma família formada em Salto. São sete gerações dos Boaventura. Os patriarcas Antônio e Escolástica Puli, já falecidos, serão reverenciados por 13 filhos, 41 netos, 50 bisnetos e 5 tataranetos.
Antônio Boaventura nasceu em Monte Mor, mas fez história em Salto, na região de Sorocaba, para onde se mudou em 1954, com 52 anos. Era conhecido como Antônio Café desde os tempos em que viveu no sítio. Na época, fazia partos em mulheres que não tinham como dar à luz na cidade. Morou no Buru.
Por sua desenvoltura e dedicação às causas dos que mais precisam, rapidamente entrou para a política. Foi vereador de 1956 a 1959, período em que fez várias ações para tornar melhor a vida dos saltenses. Também colaborou com os grandes líderes da época para ajudar Salto a se desenvolver.
Além da política, o que o tornou mais conhecido foram as orações que fazia junto a figueiras e em tempo de lua minguante. Elas curavam, dizia, de bronquite. Por mais de meio século praticou o tratamento. Sempre de graça. Chegava a transportar pessoas em seu próprio carro para que recebessem os benefícios.
De tanto tratar dos males do corpo, tornou-se autodidata em fitoterapia (remédios feitos à base de plantas) e em homeopatia. Atendia tanta gente que até depois da sua morte, em 13 de maio de 1984, vinha gente procurar seus serviços. Foi processado por prática ilegal da medicina, mas absolvido.
Salto homenageou o patriarca dessa numerosa família dando o nome de uma rua para ele. Ela fica no final da rua Tiradentes, na Vila Henrique. Antônio Café morreu com 82 anos. Sua esposa, Escolástica Puli, faleceu em 1995, aos 87. A generosidade do casal era tal que, mesmo com 11 filhos, adotou mais dois.