PROJETO TOZAN

Periferia de Campinas abraça o beisebol e atrai crianças

A bolinha arremessada, rebatida com taco e defendida com luva faz sucesso entre as crianças da periferia

Esportes Já
19/12/2022 às 09:48.
Atualizado em 19/12/2022 às 09:48

Tacada certeira: jovens da periferia pegam gosto pelo esporte, paixão japonesa, com excelente base na Colônia Tozan, que ganha força no Brasil (Divulgação)

Um esporte nada comum entre os brasileiros anda fazendo a cabeça de um grupo de crianças e adolescentes de Campinas. Quem se aventurar a passar em um sábado, por exemplo, pelo Bosque dos Cambarás, no DIC 5, pode até estranhar ao ver jogadores e jogadoras uniformizados arremessando, rebatendo com tacos e defendendo com luvas algumas bolinhas. Mas o que normalmente o brasileiro somente vê em filmes norte-americanos começa a virar uma tradição naquele espaço da região do Ouro Verde.

O beisebol e o softbol fazem sucesso no local. E o curioso é que se trata não só de um esporte raro porque aqui, mas também caro. Nada, no entanto, que impeça a prática daqueles jovens de uma região carente da cidade. A Associação Cultural Assistencial Nipo-Brasileira da Colônia Tozan garante o acesso ao material. Aliás, trata-se da instituição responsável pela difusão desse esporte na área.

Há cerca de um ano e meio a ACA Tozan investe em um projeto social entre as crianças da região do Ouro Verde com a ajuda da Prefeitura de Campinas. A divulgação das atividades acontece por meio de panfletagem nas escolas e nas praças e a resposta do público é além do esperado. “Hoje, estamos atendendo cerca de 400 crianças de 4 a 14 anos”, contabiliza Neusa Barbosa Delfino, de 43 anos, professora e responsável pelo projeto, acrescentando ainda que o atendimento é estendido às crianças da Associação Nazarena Assistência (ANA Brasil), que atua na área.

“O projeto cresceu muito rápido, na proporção que não esperávamos”, conta Neusa. “Mas não pretendemos impor limites. Não podemos barrar crianças e privá-las do conhecimento. Sabemos como o esporte é importante, principalmente para os jovens da periferia”, comenta. Para atender a demanda, a responsável pelo trabalho conta com o suporte cada vez maior da Prefeitura e da diretoria da Tozan.

Segundo Neusa, o número de meninas corresponde a 70% da procura. Elas praticam o softbol. “É um beisebol para meninas, uma outra regra e praticado com bolas maiores.” No geral, a crianças, ao mesmo tempo em que estão em formação, também participam de campeonatos oficiais junto das equipes do clube. “É para que elas possam ir se familiarizando com o esporte”, explica Neusa. A sede da associação é no Village Campinas, onde as equipes treinam em três campos oficiais.

História

O beisebol da Tozan existe desde 1959 e hoje as equipes do clube disputam campeonatos pela Federação Paulista de Beisebol e Softbol (FPBS) e Confederação Brasileira (CBBS). Os principais clubes estão nos estados de São Paulo e Paraná.

Mateus Roberto Delfino, de 17 anos, filho de Neusa, é um dos destaques do time juvenil, com presença na seleção brasileira por três ocasiões, inclusive em um Mundial, na China. Da seleção pré-infantil já participaram Kauan Santos (2016), Iago Sato Baltazar (2017 e 2019) e Gabriel Fujinohara Lorencio (2018).

O maior nome da Tozan é Rafael Ohashi, que deu seus primeiros passos no clube a partir de 2012. Em 2019, ele foi contratado pelo time profissional do Toronto Blue Jays, que disputa a Major League Baseball, nos Estados Unidos. Outro que passou pela Tozan antes de virar profissional em Taiwan, em 2004, foi Kleber Ojima. Em 1992, ele ajudou o clube campineiro a conquistar o vice-campeonato brasileiro.

Atualmente, a perspectiva é de que os novos talentos se proliferem ainda mais. E o projeto de base na periferia tem um importante papel nesse trabalho.

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