Aniversariante do mês, o Rei do futebol faz parte da história de Guarani e Ponte Preta’
Pelé é aniversariante do mês (Arquivo)
Esse é o mês de aniversário do maior jogador de futebol de todos os tempos. No último dia 23 de outubro, Pelé completou 82 anos e as homenagens incluíram fatos memoráveis da carreira do Rei, alguns ligados ao futebol campineiro.
A relação de Pelé com Guarani e Ponte Preta tem, pelo menos, três momentos marcantes. O primeiro não é favorável ao Rei do futebol, porém entrou para a história do Bugre, que em 1964 goleou o poderoso Santos por 5 a 1 no Brinco de Ouro com um time de garotos. Os outros dois momentos estão ligados à Ponte Preta: em 1970, no jogo marcado pela multidão que tomou conta do Moisés Lucarelli, e em 1974, na partida de despedida de Pelé do futebol brasileiro.
NELSINHO, JOÃOZINHO, BABÁ E CARLINHOS
Era noite de 18 de novembro de 1964 quando Guarani e Santos entraram em campo no Brinco de Ouro. O Peixe havia desembarcado em Viracopos após uma excursão pelo Exterior. A solicitação dos visitantes para o adiamento do jogo foi negada pela Federação Paulista de Futebol e o cansado time comandado por Pelé não resistiu à jovem equipe adversária.
O Guarani tinha uma linha de ataque formada por Nelsinho, Joãozinho, Babá e Carlinhos, um quarteto proveniente da base. O lateral-esquerdo Diogo também era um dos destaques na equipe, que ainda contava com o veterano Américo Murolo no meio de campo.
Aconteceu de tudo na partida. Coutinho acabou expulso, Sidney defendeu um pênalti cobrado por Pelé e o bicampeão do mundo Gilmar dos Santos Neves também defendeu uma cobrança, mas foi vazado no rebote aproveitado por Américo Murolo. Cada um dos integrantes do jovem ataque bugrino balançaram as redes e Ditinho (contra) marcou o gol santista, após desviar chute de Mengálvio. O jogo fez parte do processo de reação do Guarani, que passou boa parte daquele Campeonato Paulista ameaçado de rebaixamento. No final, terminou a competição em sexto lugar.
Vitória sobre o Santos fez parte do processo de reação do Guarani, que passou boa parte daquele Campeonato Paulista ameaçado de rebaixamento (Arquivo)
TUMULTO NO MAJESTOSO
No dia 16 de agosto de 1970, o Moisés Lucarelli ficou pequeno para tanta gente. Historiadores relatam que haviam torcedores nas coberturas do estádio e até no gramado para assistir ao duelo entre Ponte Preta e Santos, com a presença do Rei Pelé em campo.
O público não chegou a ser registrado, pois as catracas foram quebradas no tumulto durante a entrada dos torcedores e muita gente ficou para fora. A informação que ficou na história é de que aproximadamente 40 mil pessoas estiveram no estádio, superando o registro oficial de recorde de público do Majestoso (34.958 pagantes no duelo Ponte Preta 1 x 3 São Paulo de 1 de fevereiro de 1978).
A partida tinha vários ingredientes para chamar a atenção do público: a Ponte disputava a liderança do Campeonato Paulista, o clube havia completado 70 anos de fundação há cinco dias e o principal atrativo era a presença daquele que dois meses antes havia se sagrado tricampeão mundial no México com a Seleção Brasileira. O duelo histórico terminou 1 a 0 para o Santos. Após jogada individual de Pelé, Douglas marcou o gol.
Tumulto no Majestoso (Arquivo)
APLAUSOS PARA O REI
A partida válida pela décima segunda rodada do Campeonato Paulista era para ser apenas mais uma entre Santos e Ponte Preta, naquele 2 de outubro de 1974, na Vila Belmiro. No entanto, Pelé tratou de tornar o jogo histórico. Aos 21 minutos, ele pegou a bola no meio de campo e se ajoelhou com os braços abertos, antes de dar uma volta olímpica.
O Rei já havia aceitado uma proposta do Cosmos em um projeto para popularizar o futebol nos Estados Unidos e aquele duelo na Vila ficou marcado como sua despedida do futebol brasileiro.
O jogo foi reiniciado sem o Rei em campo e terminou com o placar de 2 a 0 para o Peixe, gols de Cláudio Adão e Geraldo (contra).
FICHAS TÉCNICAS
GUARANI 5 X 1 SANTOS
GUARANI: Sidnei; Oswaldo Cunha, Ditinho e Diogo; Ilton e Eraldo; Joãozinho, Nelsinho, Babá, Américo Murolo e Carlinhos. Técnico: Armando Renganeschi.
SANTOS: Gilmar; Ismael, Modesto e Geraldino; Zito e Lima; Peixinho, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula.
Gols: 1º tempo: Carlinhos aos 5 min, Ditinho (contra) aos 6 min, Joãozinho aos 7 min e Babá aos 44 min. 2º tempo: Américo Murolo (rebote de pênalti) aos 11 min e Nelsinho aos 40min.
Local: Brinco de Ouro.
Data: 18/11/1964 (quarta-feira)
Árbitro: Armando Nunes Castanheira da Rosa Marques (SP)
Público: 25.258 pagantes
PONTE PRETA 0 x 1 SANTOS
PONTE PRETA: Wilson, Nelson, Samuel, Araujo e Santos; Teodoro e Roberto Pinto; Alan (Nelson Oliveira), Dicá, Manfrini e Adilson (Ézio). Técnico:
SANTOS: Joel; Carlos Alberto, Ramos Delgado, Joel e Rildo; Clodoaldo e Lima; Manuel Maria, Douglas, Pelé e Edu (Abel).
Gol:Douglas 18' do 2˚ tempo.
Local: Estádio Moises Lucarelli – Campinas.
Juiz: Jose Favilli Neto.
Data: 16/8/1970.
SANTOS 2 x 0 PONTE PRETA
SANTOS: Cejas; Wilson, Vicente, Bianchi e Zé Carlos; Léo e Brecha; Cláudio Adão, Da Silva, Pelé (Gílson) e Edu. Técnico: Tim.
PONTE PRETA: Carlos; Geraldo, Oscar, Zé Luiz e Walter; Serelepe e Serginho; Adílson, Waldomiro, Waltinho (Brasília) e Tuta. Técnico: Lilo.
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Data: 2 de outubro de 1974
Árbitro: Emídio Marquez Mesquita
Público e renda: 20.258 pagantes/Cr$ 219.371
Gols: Cláudio Adão (30/1ºT) e Geraldo (11/2ºT)
O Rei do futebol faz parte da história de Guarani e Ponte Preta (Pesquisas)