Valdiléia quer buscar novas marcas no salto em altura em 2023 (Marcelo Ferrelli/ CBa)
O começo do ano reserva muitos desafios ao atletismo brasileiro. A realização dos jogos Olímpicos em Tóquio em 2021 encurtou o próximo ciclo dos Jogos em Paris, o que provoca uma aceleração das equipes focadas em classificar os seus atletas para a principal competição do planeta. O quadro não é diferente no Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima Orcampi, equipe sediada em Campinas.
A equipe conta com 300 atletas. Esses atletas estão inseridos em grupos que abrangem desde a infância e adolescência e que foca no começo do processo de desenvolvimento do atleta até o grupo de alto rendimento, que é formado por 70 atletas.
Desse grupo de elite, oito atletas trabalham com chances de disputarem os Jogos Olímpicos de Paris. Entre os componentes desta lista estão as atletas Valdileia Martins, especialista no salto em Altura e Tiffani Marinho, concorrente nos 400 metros rasos. Na seara masculina o atleta Marcio Teles tentará vaga nos 400 metros com barreira e Vitor Moranda tem esperança de conseguir um lugar nos 400 metros rasos.
Esses atletas têm a experiência como trunfo. Basta dizer que todos têm participação em Campeonatos Mundiais ou Olimpíadas. Independente do currículo e tarimba na pista, os responsáveis pela direção da Orcampi sabem que existe um longo calendário para ser cumprido. “Teremos o Campeonato Mundial Adulto, em Budapeste, além dos Jogos Pan Americanos, em Santiago e que estará em uma data complicada, em Novembro”, disse o Evandro Lazari, treinador da equipe e um dos gestores da Orcampi.
Segundo ele, isso coloca obstáculos para o cumprimento do planejamento para os Jogos Olímpicos. “Isso se torna ainda mais difícil por termos os Jogos Olímpicos em 2024. Para os adultos será um ano bem cheio de eventos”, afirmou Lazari. “Para os mais jovens teremos Jogos Pan Americanos Sub20, Sul-Americano Sub20, Pan Sub18. Será também um ano bem cheio, além é claro dos campeonatos brasileiros de cada categoria”, disse o treinador.
Nos últimos anos, Lazari explica que ocorreu uma transição na Orcampi. Antigamente, existia uma quantidade maior de atletas com grande alcance. Hoje, a predileção é trabalhar com jovens que possam desenvolver o seu potencial técnico. “Os jovens são uma renovação. Claro que temos atletas adultos, mas os atletas experientes motivam os jovens. É um ciclo natural buscarmos jovens, mas ter os referenciais para que se motivem”, disse.
Para que a filosofia não tenha descontinuidade é preciso um trabalho contínuo e com busca de alternativa para a captação de novos talentos. “São realizados festivais com escolas públicas, os professores fazem visitas a escolas, contato com professores de Educação Física. Além disso, existe o convite para atletas que desejem participar do nosso projeto, com os benefícios que oferecemos”, afirmou.
Mas de acordo com Lazari, todos estes desejos só podem ser realizados devido a boa estrutura colocada à disposição dos atletas no Centro Esportivo de Alto Rendimento. “O CEAR oferece ótimas condições. É um espaço excelente para as atividades. Hoje já são 12 anos utilizando a pista, por isso estamos precisando de alguns reparos e de planejamento para a troca da borracha. Mas conseguimos trabalhar com excelência”, completou.