Campineiro Fábio Santos de 39 anos (Divulgação)
Campeão brasileiro, vice-campeão mundial e um dos responsáveis por colocar o Brasil na condição de potência do bumerangue na atualidade. Essa é a trajetória do campineiro Fábio Santos, de 39 anos, dentro de uma modalidade que ainda desbrava o País, mas que encontrou acolhimento numa cidade vizinha a Campinas neste 2022.
“Desde 2021, estamos realizando eventos com bumerangue em Paulínia, que nos acolheu”, diz Fábio, lembrando que o último evento na cidade foi agora no dia 5 de novembro, o segundo Encontro Amigos do Bumerangue (EAB), na Praça Brasil 500. “Foi um sucesso, tivemos 40 jogadores de todo o Brasil. Sem contar que o dia estava perfeito, com condições de vento excelentes e o público compareceu. Fizemos demonstrações e exposição de bumerangues de vários lugares do mundo”, conta Fábio.
Para o esporte, 2022 poderia ter sido melhor, acredita. “Esse ano ainda pegamos um rescaldo da pandemia”, avalia Fábio, lembrando que o Campeonato Brasileiro, disputado em Patos de Minas-MG, teve baixa adesão. Foram só 15 competidores. “Eu vinha me preparando para o Brasileiro, com treinos semanais, adaptando novos modelos de bumerangue e também testando outros tipos de materiais. Porém, na data do campeonato não pude viajar, pois minha filha adoeceu”, lembra Fábio, único jogador monocular do circuito mundial. Ele é cego do olho direito.
ANO QUE VEM, BOAS PERSPECTIVAS
Para 2023, Paulínia irá sediar o campeonato nacional pela primeira vez e a ideia é reunir, pelo menos, 30 competidores de várias partes do País. A competição está prevista para acontecer entre 29 a 30 de abril na Praça Brasil 500 e terá a disputa de seis modalidades. “A expectativa é haver quebra de recordes nacionais devido ao clima favorável da região e também contar com um número grande de atletas, já que estamos fazendo uma forte divulgação. A intenção no campeonato também é iniciar aqueles que já estão praticando o esporte nas cidades da região”, explica o campineiro.
A competição também será uma preparação para o Mundial, marcado para 2024 no Havaí. “Os melhores colocados do Brasileiro irão pontuar para tentar uma vaga na equipe nacional”, esclarece Fábio, que além de jogador também é diretor da Associação Brasileira de Bumerangue (ABB).
O esporte
Há bumerangues de vários formatos, mas os mais comuns são os de duas ou três asas. O lançamento é sempre feito na vertical, com ligeira inclinação para a direita ou para a esquerda. “Um bom lançamento leva em conta a rotação do artefato na saída da mão e a direção do vento”, explica Santos. As asas talhadas de forma similar a de um avião – achatadas embaixo e arredondadas em cima – permitem o voo e o retorno. Os mais usuais em competições são compostos de polipropileno, fibra de vidro ou de carbono e de madeira. Mas também existem bumerangues de plástico e até é possível fazer com papelão.
Os arremessos, às vezes, surpreendem. “Na Austrália, fiz um arremesso em que o bumerangue voou por mais de sete minutos até desaparecer no céu”, conta o campineiro. “Um amigo alemão foi encontralo perto de um lago.” As disputas ocorrem em seis modalidades, sendo que a mais curiosa é a acrobática, na qual o jogador pega o objeto em seu retorno com os pés, pelas costas, com as mãos entre as pernas ou até após um chute.