Especialistas não cansam de listar os aspectos positivos de uma pessoa entrar na terceira idade com obsessão ou com interesse em praticar uma atividade física. A geriatra e presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas, Fatima Bastos, só enxerga aspectos positivos (Divulgação)
Para quem alcançou os 60 anos de idade e deseja fugir da apatia e do sedentarismo, o Centro de Vivência do Idoso, localizado na Lagoa do Taquaral oferece um cardápio de atividades físicas para proporcionar ao integrante da terceira idade uma possibilidade de fugir das estatisticas crescentes de doenças crônicas e de ausência de sociabilidade.
De acordo com dados do IBGE, o Brasil conta com 32,9 milhões de pessoas que se encontram acima dos 60 anos de idade e mais de 9 milhões praticam algum tipo de atividade física. A pesquisa detecta que a caminhada é a atividade predileta com 65% das preferências, seguido pelo passeio de bicicleta com 13,3% e o comparecimento as academias com 9,69% das predileções.
Em Campinas, o Centro de Vivência do Idoso é um dos espaços reservados. A Coordenadora de Participação do Centro de Vivência do Idoso, Deise Campos de Sousa, afirma que o instituto oferece atividades de Ginástica, Yoga, dança circular, tênis de mesa e Liang gong. Ele não tem dúvidas em afirmar que os efeitos positivos aos frequentadores são imediatos. “São atividades que proporcionam melhoria de capacidades físicas e habilidades que influenciam uma melhor qualidade de vida”, afirmou.
Outro efeito positivo para os frequentadores, de acordo com Deise, é que os frequentadores intensificam o convívio social e a troca de ideias. “A prática de atividades coletivamente proporciona um convívio saudável de pessoas com diferentes vivências. Um vai enxergando no outro as mesmas necessidades, mesmos interesses e expectativas. É bastante enriquecedor”, assegura.
Como as atividades são ministradas para integrar e contemplar a todas as diferenças e níveis de condicionamento dos idosos, Deise Campos de Sousa afirma que em um primeiro momento, a intenção não é preparar os frequentadores para participarem de competição, mas o entusiasmo pelos resultados gera desdobramentos. “Competição não é o foco mas alguns frequentadores participam da Delegação campineira dos Jogos da Melhor Idade (JOMI)”, esclareceu Deise.
O entusiasmo gerado pelas atividades físicas faz com que todos estejam inseridos em outros espaços do CVI. “Os idosos se encontram todas as tardes para jogar truco, baralho e dominó e bocha”, disse Deise Sousa.
O que os responsáveis pelo projeto não querem esquecer é que o espaço é democrático e aberto para todos. “Qualquer pessoa pode ir até o centro de vivência do idoso ou outra praça de esporte e se inscrever na aula diretamente com o professor. O interessado preencherá uma ficha e receberá orientações dos professores para começar. Todos são muito bem vindos”, completou Deise Campos de Sousa.
Para participar das aulas de ginástica, é preciso trazer um atestado médico que comprove a aptidão da pessoa em participar.
O Centro de Vivência do Idoso oferece um cardápio de atividades físicas (Divulgação)
Estudiosos e especialistas não cansam de listar os aspectos positivos de uma pessoa entrar na terceira idade com obsessão ou com interesse em praticar uma atividade física. Integrante da equipe que fundou o Centro de Vivência dos Idosos, a geriatra e presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas, Fatima Bastos, só enxerga aspectos confortáveis na adoção de um estilo de vida mais saudável. “É muito importante o exercício físico, principalmente para a pessoa mais idosa. Com a idade, a pessoa perde massa muscular e enfraquece as pernas e pode ficar com dificuldade de andar”, disse a médica. Ela alerta sobre problemas que uma pessoa idosa enfrenta na questão do equilibrio. Por isso o exercício físico fortalece o tônus muscular e sustenta a massa magra. “Há fortalecimento dos membros superiores e inferiores e assim evitam-se as quedas, que é o grande risco para a pessoa idosa”, disse.
Para ela, nunca é tarde para começar. Aqueles que sempre foram sedentários a vida toda e resolvem mudar de postura na terceira idade, sempre colhem dividendos, de acordo com a geriatra. “Não há problema se a pessoa nunca fez exercício”, esclareceu a médica, que aconselha a prática de atividade física pelo menos três vezes na semana.
A geriatra reforça o cuidado de que o idoso tenha um acompanhamento médico para a realização dos exercício, especialmente se a pessoa tem alguma doença crônica. “O exercício é importante para tudo. Para o coração, pressão arterial e controle de diabetes e colesterol. A exceção é se a pessoa tem um problema grave no joelho, de coluna ou no coração e que limite os exercícios, aí é necessária uma avaliação e um acompanhamento médico sobre aquilo que pode ser feito”, arrematou. Segundo ela, o melhor é que a avaliação seja feita uma vez por mês.