Kaique tenta jogada de cabeça, observado por Rafael Freitas: opções no segundo tempo contra o Paysandu não funcionaram (Raphael Silvestre/Guarani FC)
Depois de mais um tropeço do Guarani, o técnico Júnior Rocha se apega à folga de oito dias na tabela para projetar a tão esperada e anunciada mudança de comportamento do time dentro de campo na Série B do Campeonato Brasileiro. O Bugre só volta a jogar na terça-feira da semana que vem, quando enfrenta o Mirassol, fora de casa.
No último sábado, o Guarani fez a segunda partida seguida no Brinco de Ouro e não saiu de um empate por 0 a 0, contra o Paysandu, um concorrente direto na parte de baixo da classificação – no duelo anterior, perdeu do América-MG. Com apenas uma vitória, um empate e cinco derrotas e há três partidas sem ganhar, a equipe de Campinas soma 4 pontos em sete rodadas. O desempenho em campo está muito longe daquele planejado pelo treinador e tem irritado o torcedor, que vê o Guarani no Z4 desde a primeira rodada sem sinalizar reação.
“O tempo é curto. Tenho trabalhado com o grupo por meio de vídeos e análises. É um jogo atrás do outro”, expôs Júnior Rocha para quem a melhora, principalmente na parte ofensiva, precisa ser real na próxima partida em função do período maior para o trabalho no campo.
“Falta lastro de treino, conceito de jogar em linha. Mas agora, com esses nove dias para trabalhar, vamos definir bem o modelo, tentar explorar melhor a característica de cada jogador”, falou depois do jogo de sábado.
O treinador também espera pela recuperação dos lesionados. O clube tem 11 atletas no departamento médico. “Esperávamos que contra o Paysandu alguns deles voltassem, mas não deu certo”, disse Rocha que, sem poder contar nas últimas partidas com jogadores considerados titulares, conheceu melhor o elenco após quase um mês de trabalho.
“Todos estão tendo oportunidades e já tive a chance de verificar o perfil de cada um.” Diante do Paysandu, Rocha admitiu a baixa produção ofensiva.
“A parte defensiva conseguimos ajustar alguns pontos, mas na frente estamos deixando muito a desejar”, avaliou. “Estamos criando e finalizando muito pouco. Preciso oferecer ferramentas ao elenco para mudar isso.” Rocha ainda justificou a escalação de Marlon no jogo de sábado.
O meia atacante substituiu Chay, machucado, e pela primeira vez foi titular desde sua chegada ao clube, em janeiro deste ano. Antes, ele havia feito um total de 14 partidas, todas saindo do banco de reservas.
“Precisávamos de uma maior velocidade na transição de jogadas e o Marlon foi essa opção”, avaliou. Gustavo França, que vinha sendo a opção natural no lugar de Chay ou de Luan Dias, outro que está no departamento médico, entrou na reta final da partida no lugar de Reinaldo.
O treinador lamentou bastante o resultado do último sábado. Ele reconhece que os dois pontos perdidos em casa diante de uma equipe que ocupa a parte de baixo da tabela podem fazer falta na sequência do campeonato. “Precisávamos muito desses três pontos”, destacou. Com a experiência de quem já tem 150 jogos como treinador na Série B, Rocha salienta o que falta ao Guarani para uma mudança de realidade nesta Série B.
“Precisávamos desses dias que teremos pela frente. Não adianta pensar de outra forma. Será fundamental esse período sem jogos para alcançarmos a performance tão desejada."
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