Dos 32 atletas do Estado que disputarão o torneio, de 9 a 17 de dezembro, no Peru, nove são da Fonte, a agremiação de São Paulo conta com o maior número de representantes no grupo
Matheus e Gustavo, na categoria sub-11, iniciam a trajetória em competições internacionais (Divulgação)
Um esporte estranho. Era assim que os brasileiros viam aquela mistura de tênis e vôlei de praia jogado com peteca e uma raquete. Mas quando Lohaynny Vicente e Ygor Coelho entraram em quadra para representar o badminton brasileiro na Olimpíada do Rio, em 2016, a estranheza deu lugar ao respeito. A segunda participação olímpica do País, em Tóquio-2020, com Ygor e Fabiana da Silva, contribuiu para a difusão do esporte da peteca. E hoje, clubes que apostaram na modalidade quando ela ainda era praticamente desconhecida no Brasil, colhem os frutos.
Entre esses clubes está a Fonte São Paulo de Campinas, “uma referência do badminton no Brasil”, resume Rodrigo Ferreira, treinador da equipe de competição e coordenador geral do projeto da modalidade na agremiação.
O projeto na Fonte teve início no começo da década de 1990. No decorrer dos anos, se desenvolveu e ganhou corpo, com a participação constante de atletas em competições nacionais e internacionais e a conquista de medalhas. Atualmente, às vésperas de mais um Campeonato Sul-Americano individual e por equipes, o clube campineiro segue a tradição de ser um dos mais representativos na seleção brasileira.
Dos 32 atletas do Estado que disputarão o torneio, de 9 a 17 de dezembro, no Peru, nove são da Fonte, a agremiação de São Paulo conta com o maior número de representantes no grupo. No total, a delegação brasileira conta com 82 jogadores.
O principal destaque da Fonte é Jackeline Luz, líder do ranking brasileiro na categoria adulta. Ela e Gabriel Cury, outra força do clube campineiro, são praticamente certezas de medalhas no Sul-Americano para o Brasil, a principal potência do continente na modalidade. “Em seguida vem o Peru”, explica Ferreira.
Leonardo Parreira e Davi Fraga são representantes da Fonte no sub-13 na competição do Peru (Divulgação)
Equipe novata
Em média, segundo o treinador, os atletas da Fonte conquistam dez medalhas para a seleção em Sul-Americanos, mas, desta vez, a expectativa é menor. “Dos nossos nove representantes, só dois participaram de Sul-Americano, a Jackeline Luz e o Gabriel Cury. Sete estão indo pela primeira vez a uma competição desse porte”, justifica o treinador, cuja meta é que os novatos ganhem experiência, mas sem descartar a possibilidade de conquista de medalha.
Além de Jaqueline e Cury na categoria adulta, a Fonte será representada na seleção no torneio do Peru por Elisa Fraga, Gustavo Bertanha e Matheus Missola no sub11; Davi Fraga e Leonardo Parreira no sub-13 e Aléxia Vasconcelos e Tiago Rezende no sub-17.
Ansiedade
Aléxia, uma das estreantes em SulAmericano, não esconde a ansiedade. Em julho, ela participou de sua primeira competição internacional, o PanAmericano na República Dominicana, e jogou no sacrifício em função de uma lesão no joelho. “Mesmo assim, ganhei medalha de bronze por equipes”, comemora a atleta de 16 anos. Desta vez, recuperada da contusão, ela espera render 100%. “Estou treinando muito”.
Aléxia treinava ginástica artística na Fonte e se apaixonou pelo badminton ao acompanhar as atividades da modalidade no clube. Convidada a participar da equipe, logo aceitou. O time de competição é formado por 25 atletas, que contam com assistência psicológica, nutricional e fisioterápica de profissionais voluntários. Seis quadras e uma academia estão à disposição dos jogadores. Fora da equipe de rendimento, são 100 praticantes inscritos. Aquaplas, K_Doces Confeitaria, Planeta Auto Vidros e Istobal são as empresas que patrocinam o badminton da Fonte São Paulo.
Aléxia Vasconcelos teve sua primeira experiência internacional no Pan Americano de julho, quando atuou no sacrifícioo (Divulgação)