As duas modalidades se tornaram ainda mais promissoras
As duas modalidades se tornaram ainda mais promissoras (Divulgação)
O boxe e o badminton de Campinas alcançaram uma conquista importante neste final de ano. As duas modalidades, tradicionais na cidade, agora se tornam ainda mais promissoras. É que desde o último dia 2 de dezembro elas passaram a ser comandadas por profissionais que integram o quadro da Academia Brasileira de Treinadores (ABT) do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Jefferson Merim e Rodrigo Ferreira, que já vinham à frente do boxe e badminton, respectivamente, concluíram o Curso Esportivo de Alto Rendimento (CEAR), uma pós-graduação do Instituto Olímpico Brasileiro (IOB), e estão aptos até mesmo a assumir o “Time Brasil” em competições internacionais.
“Com essa capacitação, a expectativa é que em breve possamos ter atletas da cidade se destacando no cenário mundial”, celebra Jefferson, que comanda a academia de boxe do Clube Atlético Campinas. “A chance de continuarmos formando atletas de excelência na cidade é ainda maior”, completa Rodrigo, que treina a equipe de badminton da Fonte São Paulo.
Ambos foram os únicos profissionais de Campinas presentes na turma de 107 treinadores formados no último dia 2 na sede do COB, no Rio de Janeiro. O CEAR foi aberto desta vez para o boxe, badminton e natação. Trata-se da quinta turma do curso, que teve início na Olimpíada de 2016 com foco em diversas modalidades ao longo dos anos. Segundo Jefferson, atualmente somente cerca de 500 treinadores no Brasil possuem a graduação, que visa capacitar a formação de talentos e o alto rendimento do país. “Hoje, não existe mais o empirismo. A ciência é que possibilitará o alcance de resultados”, afirma Jefferson, de 42 anos.
O curso teve duração de três anos e contou com um grupo de professores composto por nomes importantes para o desenvolvimento do esporte brasileiro. A coordenação foi do PHD Antonio Carlos Gomes, uma das maiores autoridades em treinamento esportivo no Brasil. A psicóloga Regina Brandão, que integrou a equipe tetracampeã mundial da Seleção Brasileira em 2002, também foi uma das professoras.
O ponto alto do curso foram os estágios. No boxe, Jefferson teve a possibilidade de conviver por uma semana com nomes de ponta no cenário internacional, como o cubano Ernesto Aroche, treinador da Costa Rica e hoje da Espanha, e o argentino Santiago Nieva, que já dirigiu as equipes da Suécia, Índia e atualmente comanda a Austrália. No badminton, Rodrigo teve ao seu alcance a experiência passada por Jennifer Lee, natural de Hong Kong e treinadora atual do Canadá, a maior potência da modalidade na América. Outra presença foi a do técnico dinamarquês Kenneth Larsen. “Hoje, a Dinamarca é a grande força da Europa e tem o número 1 do mundo na individual masculina”, afirma Rodrigo, 34 anos.
Formados em educação física, os dois profissionais de Campinas passaram por um vestibular, entrevista e análise curricular como pré-requisitos para a especialização do COB. As aulas se desenvolveram em duas etapas, uma voltada para a formação de atletas e outra específica na atuação do alto rendimento. O final do curso foi marcado pela apresentação de Projetos de Treinamento por parte dos participantes e o trabalho de Jefferson esteve entre os melhores da Turma. Agora, com o certificado em mãos, os dois treinadores fazem projeções para o futuro.
“A curto prazo, pretendo consolidar meu trabalho com os atletas da Fonte São Paulo, caminhando para formar futuros medalhistas a nível nacional e sulamericano”, planeja Rodrigo. Jefferson tem perspectivas parecidas. “Vamos começar o projeto de formação e alto rendimento de atletas e, a médio prazo, a intenção é revelar novos talentos para o boxe brasileiro.”
Participar de uma Olimpíada como treinadores também faz parte dos planos e hoje, na condição de profissionais do COB, talvez não seja uma realidade tão distante.