(Arquivo Pessoal)
O motorista de aplicativo Denis Resende Pena é um batalhador. Acorda todos os dias para buscar o pão de cada dia. Como todo o brasileiro, o futebol está no seu cotidiano e a Ponte Preta não sai da sua mente. No presente, ele sonha com uma melhora na equipe que produza o acesso que hoje parece distante. Acredita na efetividade do trabalho de Nelsinho Baptista.
Como todo pontepretano, ele não se esquece dos feitos do passado. Reverencia os heróis das tardes de domingo. Artilheiros que balançaram as redes e levaram as arquibancadas à loucura como os centroavantes Chicão e Washington. Ambos, aliás, saíram da Macaca e defenderam potências do futebol nacional.
Nesta conversa com a reportagem do Esportes Já, ele recorda partidas inesquecíveis, cita um jogo que prefere esquecer e não tem pudor em apontar um craque que desejaria do rival Guarani. Confira:
Por que você escolheu a Ponte Preta como time do coração?
Por influência do meu falecido pai, que começou me levar ao estádio nos anos 1980. Assim eu me apaixonei pela Ponte Preta.
Que recordações você tem da primeira vez que esteve no estádio Moisés Lucarelli?
Meu primeiro jogo foi Ponte Preta 1x1 São Bento em 1986. Eu me lembro de pouca coisa do jogo, mas sei que o gol da Ponte foi feito pelo Chicão. (A partida foi realizada no dia 10 de agosto de 1986 e foi válida pelo segundo turno da primeira divisão do Campeonato Paulista. Chicão marcou pela Ponte Preta e Dino fez o gol do São Paulo. O confronto teve um público de 3.986 pagantes).
Que jogo é inesquecível para você? Por quê?
Teve vários jogos inesquecíveis, mas escolho o Dérbi da quebra de tabu em 2002, aquela virada incrível de 4x2. E porque eram 15 anos sem ganhar um Dérbi. Então foi espetacular. (A partida foi realizada no dia 28 de outubro de 2002 no estádio Brinco de Ouro da Princesa. Com a presença das duas torcidas, o público foi de 16.348 pagantes).
Que partida você prefere esquecer? Por quê?
Sem dúvida a final da Copa Sul-Americana de 2013. Nunca mais vi nem melhores momentos daquela partida. Porque era a chance de um título e de quebra internacional, acho que veriam a Ponte de outra forma. (O jogo foi realizado no dia 11 de outubro de 2013 e terminou com vitória do Lanus por 2 a 0. No primeiro jogo as duas equipes empataram por 1 a 1)
Qual o principal jogador da história da Ponte Preta? Por quê?
Poderia falar da história do Dicá, mas vi muito pouco ele jogar. Dos que acompanhei foi sem dúvida o Washington. Porque tudo que ele representou e disputando artilharia com grandes craques. A ida para a seleção brasileira com a camisa da Ponte foi a cereja do bolo. (Washington teve duas passagens na Ponte Preta. A primeira foi no ano de 1998 e teve seis jogos e sete gols. O retorno ocorreu no período de 2000 a 2002, quando o atacante fez 85 jogos e anotou 68 gols).
O que não pode faltar em jogo da Ponte Preta?
Hino da macaca não pode faltar.
Qual o técnico inesquecível da história da Ponte Preta? Por quê?
Essa é difícil. A Ponte Preta teve grandes técnicos, mas acho que Jorginho (Campos) pela campanha de 2013 (Na Copa SulAmericana) e o Hélio (dos Anjos) pelo título da (Série A-2) A2 foram os que mais gostei.
Que jogador que atuou pelo Guarani que você gostaria que tivesse jogado pela Ponte Preta?
Essa é fácil. Careca, um baita centroavante.
Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pela Ponte Preta e que você presenciou ao vivo no estádio?
Vi muitos gols lindos no Majestoso. Mas acho que do Fessin no Dérbi de 2022, além de marcante, foi um dos mais bonitos que vi. (O dérbi foi realizado no estádio Moisés Lucarelli, no dia 20 de agosto de 2022 e Fessin marcou o gol da vitória aos 35 minutos do segundo tempo).
Como torcedor, o que significa o Dérbi para você?
Acredito que só quem mora aqui em Campinas ou assistiu a um Dérbi ao vivo, para entender a importância desse jogo. Acho que talvez, só Internacional e Grêmio tenha algo parecido em termos de rivalidade.
Como você definiria o seu rival, o Guarani?
Sinceramente foi um grande clube no passado, mas hoje são pequenos e ainda acham que são grandes devido ao título de 1978.
Complete a frase. Ser pontepretano é…
Incrível.
O executivo de contas Milton Leite vive o Guarani intensamente. Participa de grupos de discussão, quer ficar ligado nas contratações e está preocupado sobre os destinos do clube na Série B do Campeonato Brasileiro. Sua tensão fica elevada ao comparar o presente com o passado de glórias. Um tempo em que o Guarani intimidava os adversários, revelava craques e fazia história. As recordações não são restritas ao título brasileiro de 1978 ou a Taça de Prata de 1981. Ou à máquina montada entre 1986 e 1988 e que disputou duas finais de Campeonato Brasileiro - contra São Paulo e Sport- e uma decisão de Paulistão diante do Corinthians.
Ele ficaria satisfeito se o Guarani retomasse a produtividade do início deste Século, quando era integrante da Divisão de Elite do futebol brasileiro. Ou repetisse campanha de época recente em que, mesmo com dificuldades financeiras, a equipe foi finalista do Paulistão de 2012, obteve acessos na Série B de 2009 e na Série C de 2016 e levantou a taça da Série A-2 de 2018. São esses feitos que ele recorda nesta conversa com o Esportes Já. Confira:
Por que você escolheu o Guarani como time do coração?
Quando era bem novo, com meus 8 anos, meu padrasto me levou ao Brinco de Ouro para assistir ao Guarani. Eu lembro da entrada do estádio, tobogã lotado. Desde então sou Guarani hoje e sempre.
Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Brinco de Ouro?
Guarani X Paraná. Copa do Brasil. Gol de Rafael Silva para o Guarani. O jogo que me fez Bugrino para sempre. (O jogo foi realizado no dia 14 de março de 2002 e terminou com o placar de 1 a 1. O gol de Rafael Silva foi anotado aos 20 minutos do primeiro tempo. Adriano Chuva fez o gol da igualdade. O Guarani foi desclassificado porque perdeu o primeiro jogo por 2 a 0).
Que jogo é inesquecível para você? Por quê?
O Dérbi de 2012. Ganhar da associação (Ponte Preta) sempre é um prazer. Em semifinal de (Campeonato) Paulista, então... Melhor ainda! (A semifinal do Campeonato Paulista de 2012 entre Guarani e Ponte Preta foi realizada no estádio Brinco de Ouro e terminou com vitória bugrina pelo placar de 3 a 1).
Que partida você prefere esquecer? Por quê?
Contra o Goiás em 2021. Tínhamos o acesso na mão e novamente a zica dos times de Goiânia caiu sobre nós. (A partida foi realizada no dia 22 de novembro de 2021 e terminou com vitória do Goiás por 2 a 0. O jogo teve a presença de 16.584 torcedores no estádio Brinco de Ouro. A partida foi válida pela Série B do Campeonato Brasileiro).
O que não pode faltar em jogo do Guarani?
Corredor verde. Na minha visão, se tivesse em todos os jogos seria excelente.
Qual o principal jogador da história do Guarani? Por quê?
Fumagalli, por mais que eu ache que os jogadores de 1978 foram essenciais e trouxeram a maior glória do time, foi na dificuldade que vimos um excelente profissional e amante da camisa alviverde campineira! O cara honrou até o fim! (Fumagalli teve quatro passagens no Guarani e atuou em 304 jogos e fez 90 gols. Seus resultados mais expressivos foram o vice-campeonato paulista de 2012 e o segundo lugar na Série C de 2016. Ele estava inserido no elenco que foi Campeão Paulista da Série A-2 de 2018).
Qual o técnico inesquecível da história do Guarani? Por quê?
Vadão! Ele conseguiu com um time limitadíssimo de 2012 chegar às finais do paulista 2012 e obteve um acesso (na Série B) com um time também mediano em 2009. (Oswaldo Alvarez, o Vadão, teve cinco passagens pelo Guarani nos anos de 1995, 1997-1998, 2009-2010, 2012 e 2017. Em 2024 jogos, o seu aproveitamento foi de 50,5%).
Que jogador que atuou pela Ponte Preta que você gostaria que tivesse jogado pelo Guarani?
Nenhum.
Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pelo Guarani e que você presenciou ao vivo no estádio?
Olímpico do Fumagalli contra o Palmeiras em 2012. (A partida foi realizada no dia 22 de abril de 2012 e o Guarani venceu por 3 a 2. Além de Fumagalli, Fabinho anotou dois gols na partida das quartas de final do Campeonato Paulista).
Como torcedor, o que significa o dérbi para você?
Campeonato a parte, é vencer sempre!
Como você definiria a sua rival Ponte Preta?
Rival do Guarani apenas.
Ser torcedor do Guarani é…
É paixão. É amor além do futebol. É quase uma religião.
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